quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Ricardo Solfa





Depois de percorrer com Dagoll Dagom toda a geografia peninsular, interpretando em directo todas as canções de Nit de Sant Joan, Jaume Sisa, desaparece por um tempo e, quando regresa, dum retiro num mosteiro de freires bieitos, ???? anúncia a sua retirada com três obras: Transcantautor: última notícia.
Um poemário: Lletres Galáctiques. E umha expossição:Memória Representada.
Depois deste enterro celebrado por tripla partida, desparece do panorama musical catalam e não se volve saber nada.

Ao pouco tempo, aparece em Madrid, um cantante de boleros calcadinho a ele, físicamente, que se faz chamar Ricardo Solfa.
Quando lhe perguntam por Sisa, ele simplemente, diz que não sabe quem é, que não sabe nada.
Desta nova etapa de cantante de boleros, cumha história própria que ele re-inventou, publica vários discos:

1978- "Bajo el cielo de Palma" [Orquestra Plateria: "Orquestra Plateria", ] -Ele fui o co-fundador e vocalista da orquestra Platería na sua apresentação em Barcelona na nuite de fim de ano de 1974 a 1975.

1987- "Carta a la novia"


1988- "Cuando tú seas mayor"


1992- "Ropa fina en las ruínas"


1993- "Yo quiero un tebeo"


Os seus companheiros na sua viagem madrilenha, foram:
Joaquín Sabina, Luis Eduardo Aute, El Gran Wyoming ou Moncho Alpuente.

Ademais de fazer música, também actuou como actor de reparto em vários filmes:

DELIRIOS DE AMOR

em1986 na que também põe a música

TODOS A LA CÁRCEL

de Pastor Leon em 1993

No ano 1994, numha actuação em directo, sofre um infarto, e reaparece, de alí a dous meses, o dia dos namorados, em Valladolid, numha velada de boleros, muy «re-la-mi-dós».
Aquí um fragmento dumha entrevista daqueles dias:

P. ¿Nace otro yo o renace Ricardo Solfa con una vida más?

R. Voy a reemprender mi actividad normal después de esta especie de malentendido que ha habido entre yo y mi ser.

P. ¿Cuántas vidas tiene?

R. Vidas, una; pero dentro de ésa caben todas las que uno sea capaz de vivir.

P. ¿Y cuántos yos es?

R. Lo mismo; los que soy capaz de imaginar.

Está Jaume Sisa (cantautor galáctico retirado), Ventura Mestres (el biógrafo de Sisa),Armando Llamado (compositor de líricas) y Ricardo Solfa (intérprete polifacético). La familia aún puede crecer.

Todos esses heterónimos tive até que, no ano 2001, da por rematado o seu exílio madrilenho e volve a Barcelona, onde apresenta o seu disco: Visca la LLibertat.

Bóla Voladora, no 2002, faz umha revisão dos seus éxitos e apresenta-se nas festas de La Mercé, diante da Catedral de Barcelona dum jeito apoteósico.

Como remate destes apontamentos sobre Jaume Sisa, umha canção que compuso e cantou com Joaquín Sabina, na sua etapa madrilenha. Que fica em seu disco "Carta a la novia" .

O Bolero "Hay mujeres"


Hay mujeres

(Joaquín Sabina - Jaume Sisa)




Hay mujeres que arrastran maletas cargadas de lluvia,
hay mujeres que nunca reciben postales de amor,
hay mujeres que sueñan con trenes llenos de soldados,
hay mujeres que dicen que sí cuando dicen que no.

Hay mujeres que bailan desnudas en cárceles de oro,
hay mujeres que buscan deseo y encuentran piedad,
hay mujeres atadas de manos y pies al olvido,
hay mujeres que huyen perseguidas por su soledad.

Hay mujeres veneno, mujeres imán,
hay mujeres de fuego y helado metal,
hay mujeres consuelo, hay mujeres consuelo,
hay mujeres consuelo, mujeres fatal.

Hay mujeres que tocan y curan, que besan y matan,
hay mujeres que ni cuando mienten dicen la verdad,
hay mujeres que exploran secretas estancias del alma,
hay mujeres que empiezan la guerra firmando la paz.

Hay mujeres envueltas en pieles sin cuerpo debajo,
hay mujeres en cuyas caderas no se pone el sol,
hay mujeres que van al amor como van al trabajo,
hay mujeres capaces de hacerme perder la razón.





terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Antaviana






Depois de publicar Qualsevolt nit pot sortir el sol, e o disco duplo La Catedral, Jaume Sisa colabora cum dos grupos de teatro que em aqueles anos agromavam na cidade coma os cogumelos depois das primeiras chuvas outoniças. Um grupo e umha obra que tive a sorte de ver, no meu primeiro outono em Barna.
O grupo era Dagoll Dagom, e a obra, Antaviana, baseada em contos de Pere Calders, umha das cousas mais fermosas que vi em toda a minha vida.
Ainda lembro aquela havanera de Sisa " Divina Perla de las Antillas" que soava mentras um barco de papel passava diante dumha janela aberta...
Mais tarde, volveria a colaborar com Dagoll Dagom en La Nit de Sant Joan,e, alguns anos depois, desaparece do panorama "galáctico"

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Salvador







O facto de residir fóra, ainda que umha ande pola rede e demais, faz que, às vezes, não se ande muito bem informada.
Onte, vendo na tve inetrnacional a entrega dos prémios Goya, soubem que se estreou no ano passado um filme que conta a vida de Salvador Puig Antich, com música de LLuis LLach.
LLuís LLach não tem nada de ravaleiro, ele é do Ampurdán e a sua música é dum estilo diferente, mas, o facto de saber da existéncia do filme, trouxo-me à memória muitas cousas.
Entre elas, umha das canções mais fermosas que tenho escuitado na minha vida.
Fui quando chegamos a Barcelona. Andava-mos a explorar aquel mundo enorme e, ao mesmo tempo, tão familiar, e um sábado, deixamo-nos cair polos Encantes. Viviamos justo enfrente, al carrèr Alaba, esquina com a Praça de les Glóries , fronte à boca do metro. Agora tudo aquelo ta desfeito, e, a carom, érgue-se o edifício que tudos, em Barcelona, chamam "El Pollón".
Bem, pois aquele sábado, nos encantes, mercamos muitas cousas: Novelas de cow boys para o Suso, gafas de bucear para os meninhos, e música para mim.
Entre a música, havia um LP de segunda mão, que trazia canções de muitos autores, todas em catalão. Havia umha que, ao escuitar, faz-me estremecer o coração, sem saber dizer o por que. Falava dumha mulher, do seu amante, e dumha bandeira negra.
Mais tarde soubem que era umha canção de Joan Isaac, adicada a Margalida, a mulher que amava a Puich Antich, o moço anarquista com quem o franquismo se asanhou com maldade e perversidade assasina. Eu sabia algo de Puig Antich. Não passaram muitos anos da sua morte, ainda que só tinha umha referência vaga. Mas aquela canção faz-me sentir toda a tristeça, e a rabea, e removiu-me as entranhas com lembranças e sentimentos que, ainda que, longe no espaço e no tempo, posso imaginar iguais.
Porque a repressão, a crueldade e o abuso do poder, são sempre os mesmos.
Velaí a letra da cantiga:

Cancionero de Joan Isaac]

(Dedicada a Margalida, amant eterna d'en Salvador Puig Antich, es trobi on es trobi)


Vas marxar no sé on.
Ni els cims ni les aus
no et saben les passes.
Vas volar sens dir res
deixant-nos només
el cant del teu riure.

No sé on ets, Margalida,
però el cant, si t'arriba,
pren-lo com un bes.
Crida el nom
del teu amant,
bandera negra al cor.


I potser no sabràs
que el seu cos sovint
ens creix a les venes
en llegir el seu gest
escrit per parets
que ploren la història.

I que amb aquesta cançó
reneixi el seu crit
per camps, mars i boscos,
i que sigui el seu nom
com l'ombra fidel
que és nostra tothora.

No sé on ets, Margalida,
però el cant, si t'arriba,
pren-lo com un bes.
Crida el nom
del teu amant,
bandera negra al cor.

O enderço do youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=Ptp0atzzn84&eurl=






powered by ODEO

domingo, 28 de janeiro de 2007

El Seté Cel









No mesmo trabalho de Jaume Sisa, esta canção parece-me umha pequena jóia.
Deixovos a letra e o video por se a queredes escuitar no youtube. Como poderedes apreciar, a sua actuação no Canet Rock de 1975, fui proivida.
Amanhã contarei-vos mais cousas:


El setè cel

(Jaume Sisa)


Història certa dels set cels.
Set paradisos màgics i encantats.
Història certa dels set cels.
Set nius de pau, de glòria i de felicitat.

El primer cel és inventat:
el primer gran invent de la terrestritat.
El segon cel, imaginat
en una nit d'estiu a la vora del mar.

El tercer cel, dins d'un mirall
perfila les imatges d'un món ignorat.
I el quart cel és irreal,
com un oasi verd en un desert estrany.

Del cinquè cel res no se'n sap.
No hi ha notícies d'aquest cel tan amagat.
I el sisè cel està copiat
del cel setè que has engendrat dins del teu cap.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

III. Jaume Sisa. Primeira parte




Jaume Sisa é o terceiro destes personagens ravaleiros tão especias, criativos, e estimulantes da liverdade que descubri quando fum trabalhar de Vimianço a Barna, aló polos anos oitenta.
Formava parte do mesmo universo mágico, algo underground e um chisco surrealista que encarava a aquela mulher de menos de trinta anos, com tres filhos, que estudou sete anos nas freiras, que não conhecia físicamente mais mundo que o da Costa da Morte e A Corunha, que nunca subira a um trem, mas que tinha sonhos de liverdade, imaginação, e rebeldia contra o aborrecemento da monotonia, com aqueles sonhos tantas vezes imaginados e nunca vividos de tão perto.

Por esso amo a Barna dos ravaleiros. Porque fui a primeira janela à liverdade em toda a minha vida de rapariga que estuda com becas, e devoradora de livros, do rural do fim do mundo, com o mundo aberto, múltiple e cheio de personagens estranhos que era aquela cidade aberta à tudos e todas as possibilidades de existir.
Jaume Sisa nasce no Poble Sec, a carom de el Raval, no bairro dos teatros, os cabarets , e o mundo dos artistas de varietés.
Depois de editar um primeiro single de corte ye-yé, L'home Dibuixat, no ano 1968, vai tomar contacto com o universo underground da cidade, e publicar , em 1971, Orgia
Depois deste primeiro album, não volviu a reaparecer até o ano 1975, no que sai o seu album mais fermoso e com mais sucesso:
Qualsevol nuit pot sortir el sol.

A canção que lhe da título ao album, é das mais tenras, lindas e especiais que conheço. Aquí a letra. Mas, se a ouvides cantar por ele, é preciosa. Fala de personagens. De personagens que vão vir à sua casa para umha festa. Hà um momento, no que mesmo se escuita o ruido dumha garrafa de cava, ao lhe saltar o tapão. As personagens vão entrando por parelhas, e ele, na porta, vai-lhe dando as bem-vindas. As parelhas são estranhas, diferentes entre si, mas pola sua porta vão entrando todas aquelas personagens da nossa infáncia. Tudas. Ao final, só lhe falta umha:


Qualsevol nit pot sortir el sol. Jaume Sisa
Fa una nit clara i tranquilla,
hi ha la lluna que fa llum.
Els convidats van arribant i
van omplint tota la casa
de colors i de perfums.

Heus aquí la Blancaneus,
en Pulgarcito, els tres Porquets,
el gos Snoopy i el seu secretari Emili
i en Simbad,
l´Ali Babà i en Gulliver.

Oh ! Benvinguts ! Passeu, passeu,
de les tristors en farem fum.
Que casa meva és casa vostra
si és que hi ha ... cases d´algú.

Hola Jaimito ! i Doña Urraca !
en Carpanta i Barba Azul.
Frankenstein i l´Home Llop,
el Compte Dràcula i Tarzan
la mona Xita i Peter Pan

Oh ! Benvinguts ! Passeu, passeu,
de les tristors en farem fum.
Que casa meva és casa vostra
si és que hi ha ... cases d´algú.

Bona nit senyor King Kong,
senyor Asterix i en Taxi Key,
Roberto Alcàzar i Pedrín,
l´Home del Sac i en Patufet,
senyor Charlot, senyor Obèlix.

Oh ! Benvinguts ! Passeu, passeu,
de les tristors en farem fum.
Que casa meva és casa vostra
si és que hi ha ... cases d´algú.

La senyora Marieta
de l´ull viu ve amb un soldat.
Els reis d´Orient, Papa Noel,
el Pato Donald i en Pasqual,
la Pepa Maca i Superman.

Oh ! Benvinguts ! Passeu, passeu,
de les tristors en farem fum.
Que casa meva és casa vostra
si és que hi ha ... cases d´algú.

En Pinotxo ve amb la Monyos
agafada del bracet,
hi ha la dona que ven globus,
la família Ulises,
i el Capitàn Trueno amb patinet.

Oh ! Benvinguts ! Passeu, passeu,
de les tristors en farem fum.
Que casa meva és casa vostra
si és que hi ha ... cases d´algú.

A les dotze han arribat,
la Fada Bona i Ventafocs.
En Tom i Jerry,
la Bruixa Calixta.
i l´ Emperadriu Sissí.

Oh ! Benvinguts ! Passeu, passeu,
de les tristors en farem fum.
Que casa meva és casa vostra
si és que hi ha ... cases d´algú.

Mortadelo i Filemón
i Guillem Brawn i Guillem Tell.
La Caputxeta Vermelleta,
el llop ferotge i el Caganer,
en Cocoliso i en Popei.
Benvinguts passeu, passeu.
Ara ja no hi falta ningú,
o potser sí, ja me n´adono que tan sols hi faltes tu ...

També pots venir si vols.
T'esperem, hi ha lloc per tots.
El temps no compta ni l´espai ...
Qualsevol nit pot sortir el sol.
Deixo-vos este video com Guillermina Mota. Ainda que muito melhor escuitar a versão completa.



powered by ODEO

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

II Anarcoma






Anarcoma é a criação de outro andaluz chegado a Barcelona nos anos setenta: Nazario.

Nazario Luque Vera, nasceu em Castillejo del Campo, no ano 1944. Trabalhou como mestre até o ano 1971, ano no que emigrou a Barcelona e alí, em aquele espaço de liverdade, começou a publicar os seus debuxos numha revista de banda desenhada que seria o emblema dumha época e dumha cidade:
El Víbora.
Anarcoma, a sua personagem mais conhescida, nasceu no ano 1979. Segundo as suas palávras: "considerando o sexo un dos motores máis importantes que condicionan o comportamento humano, e a súa repressão como umha das armas de destrucção massiva que o poder emprega para domesticar ese comportamento, dediquei-me (por medio da b.d.) a denunciar e ridiculizar esa repressão."

Anarcoma é o primeiro detective travestido e ravaleiro da história. Nazario encetou a primeira B.D. undreground do Estado, por onde passavão as personagens mais marginais, ravaleiras e surprendentes dumha Barcelona que agromava de anarquismo e personagens .
Passarão cinco anos da morte de Puig Antich, o último ajusticiado com garrote vil da história, com 25 anos, e erão tempos nos que os cenetistas tinhão ainda muito poder de convocatória numha cidade cheia de Ateneus Libertários e ruas de nome com memória de comuna , sobre tudo no Poble Nou, agora em processo de moderniçação, onde ainda se podem ver as cheminés de algumhas fábricas, tomar um chá no Ateneu ou caminhar pola Avinguda de Icária, um nome que fala dos anceios de liverdade dumha época que queria voar fóra do labirinto da explotação do capitalismo e ser livre, solidária e auto-gestionada. Esto ocorria nos anos 1936-39, mas ainda a memória ficava viva, à espera de retomar o sonho inacabado.
Segundo palavras de Nazario, no seu livro "La Barcelona de los años 70 vista por Nazario y sus amigos" a dos anos setenta, era: " Unageneración que se movía al margen de socialistas y comunistas, que eran los que trabajaban para ocupar el poder en el futuro. Como lo consiguieron, han escrito ellos la historia, y se ha ocultado esta época. Nos veían como unos ‘colgaos’, pero lo cierto es que los anarquistas tenían entonces una capacidad de convocatoria que no tenían ellos, por eso dedico bastante espacio a las jornadas libertarias del Park Güell de 1977"


São os que publicão Ajoblanco, outra das revistas de referéncia de aquela época. Cesepe, Mariscal com bigode e longa cabeleira riçada,Ocaña, Pau Malvido... Nomes que formão parte de El Raval e seu território, coma Anarcoma, Ali Babá y los cuarenta maricones ou San Nazario y las pirañas incorruptas.





















terça-feira, 23 de janeiro de 2007

A geração mítica. I . Ocaña

Aló polos anos setenta, José Pérez Ocaña, chega, desde Cantillana, Sevilla, a Barcelona.

Erão tempos de repressão, cutrerio e ditadura, mas Barcelona era, dentro do estado, o referente cosmopolita e livertário polo que se albiscavão os fios de luz do mundo exterior, que, daquela, fervia de criatividade e utopia.
Também fervia a cidade com todos aqueles novos artistas transgresores e criativos, que agromavão desde diferentes pontos da península para aportar no grande peirão da Praça Real, El Raval, e La Rambla.
Ocaña começa sua andadura em Barna, como pintor de paredes, mais tarde passaria a pintar quadros de virgens, anjos e santos, ao mais puro estilo andaluz e iconoclasta, cheio de cores, luz e ingenuidade.
Também passou a ser um personagem prototipo do que mais tarde seria a cidade com maior concentração de homosexuais, travestidos e titiriteiros de rua por metro quadrado.
O director de cinema, Ventura Pons, retrata ao persoagem num documental cheio de tenrura e verdade. Ocaña, retrato intermitente.
Em ele, Ocaña conta suas experiéncias, sua vida, as dificultades de viver numha época que, em palavras de Nazário, outra das persoagens míticas de aqele tempo:

“Entonces estaba todo por hacer: el sistema reeducaba a los gays, los clasificaba como maleantes, les practicaba la lobotomía ­un invento del doctor López Ibor­ y te quedabas tonto o, si no, efectivamente, se te quitaban todas las ganas de follar..., tanto con hombres como con mujeres”.

Esta canção de Carlos Cano, outro andaluz desaparecido, em honor a Ocaña.

domingo, 21 de janeiro de 2007

Mudanças no blogue.

http://oescunchador.blogspot.com/
Esse era o meu sitio de antes.
Agora emigrei para
http://historiasderavaleiros.blogspot.com/
onde ficades agora.
Poe açares da aranheira que eu não comprendo, o blogue segue a aparecer com o nome de antes. Espero que aginha se solucione.

Okupas


O movemento okupa hà anos que se vem extendendo por Barcelona, sendo assim que a cidade é um ponto de referéncia para os movementos okupas de toda Europa.
Há uns tres anos, vários grupos de música de Barcelona, vencelhados a El Raval, assim coma outros, como por exemplo os galegos jarbanso nejro, começarom umha gira por Alemanha, dentro do movemento chamado LUCHAAMADA.
Eu não são nemhumha autoridade em movementos okupas e demais, mas, quando os moços de Golem System actuarão em Colónia, aló marchamos os cinco da família para os ver. Era no mes de Novembro e os parques e os bosques tavão fermossos com suas folhas douradas.
Passeiando por Koln, percevemos muitas cousas fermosas, que seriõ material mais ajeitado para um fio de viagens, mas, volvendo ao tema que nos okupa, quando o Suso e mais eu decidimos ir por livre, dando um passeio até o lugar do concerto, e depois de patear duas horas, atopamos o lugar, ficamos impresionados:
Aquel lugar erão umhas inmensas naves industriais abandonadas, na banda esquerda do rio Rhin.
Entravas e movias-te por dentro de aquel enorme labirinto e atopabas quartos onde alguém construía instrumentos, outros onde um tocava o viloncello, outra sáa onde travalhavão construindo marionetas, escultore, pintores, o provisor de fruta e verdura que trazia suas caixas...aquel lugar seguia sendo umha fábrica, mas de projectos pessoais e colectivos de gente criativa que não tinha outro espaço para poder desenvolver suas ideias numha grande cidade onde o aluguer de locais não fica ao alcance de todos.
Mais tarde, aló pola nuitinha, quando chegarão os artistas que vinhão de Berlim, na mesma gira, ficamos mais pampos ainda, ademais de sentir a inmensa alegria de os ver e os abraçar.
Alí ficava a gente que levava a organiçação dos concertos. Havia alemãos, um brasilero, umha arménia, os músicos argentinos, o galego-catalão do grupo, e os cinco galegos de Vimianço: Dous pais e três filhos.
Toda a gente de Luchaamada, os anfitriões, puxerom-se a cozinhar. O brasileiro, faz cus-cûs, a arménia umha tarta de frutas deliciossa e o moço alemão que era o que levava as contas e a organiçação, falava com nós e explicava como tinhão todo bem organizado, como o que os movia era encontrar um jeito mais humano e mais singelo de viver a vida, aberto a pessoas de todo o mundo e de todas as clases sociais. Tinha a Barcelona como referente do movemento, como a cidade onde mais e melhores cousas se estavão a fazer.
Logo veu o concerto. Cheio total e éxito de alegria, música, comunicação...Umha experiéncia inesquecível para mim, que na minha mocidade não pudem conhescer estas cousas.
Agora estão sucitando-se muitas controvérsias a respecto do movemento Okupa.
Eu não posso opinar por umha soa experiéncia.
Só conta-la e constatar que me pareceu algo que merece a pena conservar.
Mália os interesses especulativos imperantes.
Se morre a ocupação, Quem okupará seu lugar?

Um antes e um depois. memória de Barcelona



Na Barcelona dos últimos tempos, hà um antes e um depois
Hà vinte anos, Barna era umha cidade livre, criativa, selvagem, cheia de travestis, esfarrapados, artistas da B.D. ciganos da rumba, cheminés de fábricas, vias do trem, chiringos de praia,pombas , flores, cantantes, botadores de cartas, e outros especimens humanos que lhe davão à cidade um ar de sitio diferente, pendurado a meio caminho entre a terra e o céu, entre o sonho e a realidade.
Em aqueles anos, Barcelona era um fervedoiro de cultura e a cultura era popular, para todos.
Por trescentas pesetas das de antes, podias ir a umha ópera ao liceu, ou ver a Dagoll Dagom, ou a El Tricicle, ou a Tete Montoliu, en La Cova del Drac., só polo précio dumha consumição.
Até fui possível, para mim, ver em vivo a Miles Davis no Polideportivo de Montjuic, ateigado de gente nova e estudantes.
Hoje, pouco queda de aquela Barcelona cheia de travestis e faquires, quiromantes e até gaiteiros tocando na Rambla.
Hoje Barcelona renunciou a ser selvagem. Agora é moderna e de dessenho, civiliçada, pulida i neta, elitista e anti-popular.
Hà bairros, coma El Raval, que se resistem a mudar, onde os sudakas, magrebis e paquis, resistem nas trincheiras da multicultuiralidade e o trabalho-lijo. Outros tentão se abrir caminho no mundo da música, e outros sobre-vivem a base de faláfels e artigos mercados nas tendas dos chinesses....
Mas agora Barcelona já não fica orgulhosa de si mesma. Ja não se ofrece a todo o mundo para que todos disfrutem. Agora, cada vez mais, torna-se umha cidade elitista mais do mundo global. .
Quedão sitios onde ainda se pode respirar. A Sala Apolo , algumhas associações dos bairros periféricos, e El Ravall.
Por quanto tempo?

2 Comments:

Suso Lista said...

Vives en Marrocos

12:53 AM
Casais Pequeno said...

Sim. No outro blogue http://oescunchador.blogaliza.org/
explico muitas cousas sobre o lugar onde vivo.o.
Saudos.

1:00 AM

El Raval


El Raval é o bairro com mais inmigrantes por metro quadrado de Barcelona. Aí convivem todas as culturas, as nacionalidades, as colores e os cheiros mais varios e múltiples do nosso mundo.
El Raval é a aldeia global. Mas umha aldeia de verdade, com tudo o que umha aldeia tem.
Agora , pretendem "sanear" El Raval via especulação inmobiliária, como vem sendo habitual em Barna desde há um tempo para acó. Tudo se "sanea", tudo se"remodela" se "desconstrue" para volver a construir . En fim. O de sempre. A vaga de mercado feroz que nos asulaga.
Mas ainda que rematem com El Raval, muita vida e muita música tem saido de alí . Música que se espalha polo ar de Barcelona e de cada vez mais paises da velha Europa. Música mestiça, mesturada, música de inmigrantes sem papeis chegados de todas as partes do mundo. Música de gente nova, ilusionada, extrangeira num pais hostil e duro. Música feita de saudades e sonhos a partes iguais . Música que tem umha pátria comûm. El Raval.

4 Comments:

Silvio Falcón said...

E logo que te une tanto a Barcelona? Saúdos e parabéns polo blog.

11:54 PM
Casais Pequeno said...

Pois porque hà muito tempo, viví e trabalhei em Barna. Foram os tres anos melhores da minha vida.
A minha filha agora vive alí, e vou umha ou duas vezes no ano.
Os moços de Golem System conheci por minha filha e são coma da família.
Ja irei contando a minha experiéncia em Barcelona aló polos anos oitenta.
Abraço, Silvinho.

12:19 AM
Silvio Falcón said...

Pois que saibas que sempre me terás a min lendo o teu blogue, interesame jeje.

Saúdos

6:26 PM
Casais Pequeno said...

Obrigada, Silvinho.
Polo ánimo que me das.

6:30 PM

La Colifata


La Colifata, www.lacolifata.org , é o nome dum programa de rádio que tem os internos do Hospital Neuropsiquiátrico Borda, em BB.AA. .
O programa leva 13 anos em antena com o nome de "LT 22 Radio La Colifata"
Carlos, um moço que mora no bairro do Raval, em Barcena, tinha um documental gravado no hospital Borda, onde convive dous meses dia e nuite com os internos. e grava varias horas de documentos.
Amigo dos grupos de músicos que tocão polas ruas de Barcelona, um dia projectão o documental e os músicoss ficao surpreendidos e encantados com a sabedoria destas pessoas "marginais" e marginadas. Assim que decidem se juntar para fazer algo com o material. A maioria nem sequer tem discos editados, mas tem maquetas, e decidem juntar suas canções com as voces dos tolos para fazer algo diferente.
Com Manu Chao como productor artístico e aglutinador do projecto, começão a gravar :

Sativa Reggae, Che Sudaka, Piratas Urbanos, Malaya, Des+karadas, Placton, Gaia Stalla, 50 HZ, Palo q'sea, Costo Rico, Alcohol Fino, Golem System, Circo de Almas, Robert Mitchum, Mikilez, Chiringo, Guandul, Manu Chao, 08001, Audio


Por fim o disco sai à rua, na primavera do 2003, mas só o podem vender os proprios músicos. Não ta à venda nas tendas, de música, nem em ningum lado. Se o mercas, tem de ser aos músicos quando tão a actuar na rua, ou diretamente.
O 80% dos ganhos, são para os musicos, o outro 20% para financiar projectos futuros.
Venderom-se todas as cópias da primeira edição e também dumha segunda. Hoje é um disco de colecção, e só se pode mercar a no proprio hospital .
Depois deste projecto, os grupos fão umha gira para levarem a música polo mundo adiante, e esse é o começo da actividade "normal" para alguns deles. Golem System já tirou dous discos, desde aquela, . E ja ta no caminho da música profissional. Agora já não são só Aleko e Serge, mas Nano, também argentino, que toca a trompeta que da génio ouvir, Anjo, catalano-galego, que lhe da ao saxo de maravilha, Nico, outro portenho que fedelha nos cables e nos aparelhos esses cheios de botões, e algùm mais que vai e vem, fazendo baixos.
Gosto muito da sua música, mas mais ainda de os ver em direto.
A respeito de La Colifata, leio na sua página que tão a preparar outro disco, esta vez com grupos de argentinos na Argentina.


11/10/2006


"Compilado Colifato Siempre Fui Loco II
Estas son las bandas seleccionadas
Ya están seleccionadas las bandas que participarán en el próximo proyecto discográfico de la Colifata. Siguiendo el éxito del disco Siempre Fui Loco, producido por La Colifata y Manu Chao, este segundo proyecto de realización de un compilado musical, se integrará con canciones y máximas colifatas grabadas en nuestro espacio de radio






Go Lem System


Golem System é um grupo de moços argentinos afincados em Barcelona.
Serge e Aleko, amigos da infáncia que tem um grupo em BB AA., um dia decidem cruçar o Atlántico para virem provar sorte ao outro lado.
Na Argemtina erão "malos tiempos para la lírica" e o que eles mais desejão e fazer música.
Quando chegão, o tema não é doado. Há que tocar na rua, passar o chapeu, e não vem afeitos a fazer essas cousas. Eles tinhão ja dous CD editados, "Paraiso" e "Infierno" e aquí toca começar de novo.
Depois de dous anos sem papeis, sem travalho, rematados os quartos que trazem dos aforros, as cousas põem-se tristes para eles.
Mas quer o açar que, um dia, um de tantos que se reunem na "Plaza del Tripi" com outros músicos que tentão se abrir caminho e legaliçar sua situação em Espanha, começa a xurdir um projecto da mão de Manu Chao, o filho de Ramón Chao que ta a se mover com sua Radio Bemba por Barcelona.
O Projecto chama-se "La Colifata"
No próximo fio continuará.