terça-feira, 30 de outubro de 2007

De Mali ao Mississipi





Ese era o título do capítulo da história do blues firmado por Martin Scorsese no 2003, para celebrar o ano do Blues.
A série fui ideia do próprio Scorsese e constaba de sete capítulos. No capítulo que da título ao fio de hoje, participam varios músicos das nossas histórias: Alí Farka, Salif Keita, entre outros.
Desde o rio Niger até o Mississipi, a música viajou levando os sões das cordas e das voces à outra beira do Atlántico, transportadas nos corações doridos dos escravos desterrados.
Desde Mali, neste caso a París, viaja a música dumha parelha que se conhesce no colégio de joves invidentes de Bamako e une as suas vidas para sempre.
Ele, Amadou, canta e toca a guitarra no grupo "Os embaixadores". Ela, Mariam, canta desde meninha nas celebrações da sua aldeia.
Eles gostam de partir dos ritmos mandingues, para abrir gamas de sões que mestiçam com influéncias que vão conescendo no caminho: Sargento García, -M-, Tom Darnal, Hamid El Kasri, Jean-Philippe Rikiel, Moriba Koité... amais do pop inglês, e a música francesa.
No 2004, Manu Chao descobre sua música e fica encantado. Grava com eles e produz seu último trabalho.
A discografia de Amadou& Marian, vai desde Sou ni Tilé até Dimanche a Bamako:
Sou ni tilé (1998 Universal - Álbum)
Tje Ni Mousso (1999 Universal - Álbum)
Wati (2002 Universal - Álbum)
Dimanche à Bamako (2004 All Other - Álbum)

Espero que disfrutem vocês com sua música:



















terça-feira, 23 de outubro de 2007

O berce do Voudou




Benin, é um pequeno pais da África Ocidental. Em Ouidah, segunda cidade de Benin, centro mundial do voudou e do tráfego de escravos , nasce, em 1960, Angélique Kidjo, filha dumha mulher que levava um grupo de teatro, com o que viajavam polo seu pais.
Os seus primeiros anos, encheram-se com a música de Jimi Hendrix, Santana, Miriam Makeba (umha das suas principais referências), Aretha Franklin, James Brown, artistas tradicionais africanos, e mesmo música árabe e da India.
Mais tarde, sendo ainda umha adolescente, vai embora, a París, na procura da liverdade para cantar que em seu pais não tinha.
Em París inscrebe-se numha escola de jazz e segue com sua carreira musical que, a dia de hoje, vai polos onze trabalhos, a mais dos que gravou em colaboração com outros artistas:

  • Pretty (só distribuido em África)
  • Parakou (1990)
  • Logozo (1991)
  • Ayé (1994)
  • Wombo Lombo (1996)
  • Fifa (1996)
  • Oremi (1998)
  • Keep On Moving: The Best Of Angelique Kidjo (2001)
  • Black Ivory Soul (2002)
  • Oyaya! (2004)
  • Djin Djin (2007)
Canta em Fon, francês, yoruba, inglês, swahili e Zilin, o idioma tradicional de Benin.
Seu estilo mestura afropop, caribbean zouk, rumba, jazz, gospel assim como influências de James Brown, Aretha Franklin, Jimi Hendrix, Miriam Makeba, Carlos Santana...Mesmo faz versões de algúns dos seus temas, como Voodoo Child, de Jimi Hendrix, Summertime, de George Gershwin.
Seu último trabalho, Djin Djin, -Os sinos que marcam o começo do dia- inclúe colaborações de Carlos Santana, Alicia Keys, Amadou e Mariam, Ziggy Marley,Peter Gabriel, entre outros...
Deixo-vos umha mostra da sua música, para fazerdes voodoo contra os maus espíritos que povoam a terra...




















segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Barcelona de novo . A Besta Planetária



As cousas sempre se movem na cidade dos movementos. Aparecem músicas novas, grupos, estilos...
Umha destas novas artelha-se arredor de Aleko, o cantante portenho de Golem System.
Sem deixar Golem, aparece agora cum trabalho em solitário fruto de anos de gestação.
O trabalho vira arredor da denominação BestiaPlaneta e, ao meu parecer, retoma as raices do seu trabalho Infierno, feito na Argentina antes da emigração.
Mais simple, sem trompeta nem saxo, a voz e a palàvra tomam mais protagonismo.
E cum aquele de modernidade minimalista, porém auténtica.

Vou deixar-vos aquí a ligação e algúns temas, a ver que vos parecem.Pessoalmente, gosto muito da autenticidade e da sua feitura:
http://www.myspace.com/bestiaplaneta http://www.myspace.com/bestiaplanetapop
Dúas versões do mesmo trabalho. Um trabalho bem interesante:










segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Mais ao Sul


Após nos despedir de Al Magrib, seguimos viagem cara o sul, e chegamos a um estado que pertencia o antigo reino mandinga-consultar oescunchador para mais informações- e que hoje nomeam Mali, na costa occidental de África.

Mali é a terra dos dogon, também da velha cidade de Timbouctou, referente de viagens e caravanas desde tempos remotos.
É um pais muçulmano, ainda que as raices animistas tão presentes, como em toda África.

A mulher que hoje vai atuar neste nosso café-cantante virtual, não só é conhescida pola música, mas por ser umha feminista defensora dos dereitos as mulheres no seu pais.
Nasce em Bamako, ainda que a sua família procede dumha região do sul do rio Niger chamada Wassoulou. Sua mãe, Aminata Diaknite, também cantava, amais de compartir o marido com outras duas mulheres, segundo a poligámia habitual da época. Dizem que esa experiência é decisiva para a pequena Oumou.
Como também influem na sua música as músicas tradicionais da sua região de origem, Wassoulou, os ritmos das danças locais: didai, sigue e, sobre tudo sogonikun, umha dança tradicional de máscaras interpretada principalmente por meninhas, em tempo de colheitas.
De aí nasce um estilo único, chamado "wassoulou" que combina tambores djembé e karyaing, com o som do funky del kamélé n'goni, que se traduz por "Harpa do homem novo" entendendo novo por moço.Umha harpa utiliçada nos rituais dos caçadores dos bosques de Wasoulou, simboliça a juventude, a rebeldia, o goce e a alegría.


Oumou Sangare edita no 1989 "Moussoulou" que significa "Mulher".
No 1993, "Ko Sira" "O casal de hoje".
No 1996, "Worotan", que significa "Dez noces de kola" e é o preço tradicional dumha noiva em Mali.
No 2004, "Oumou".
Suas canções falam das luitas das mulheres, o conflito entre tradição e modernidade, a pena e o goço da vida e a morte. É umha mulher cum físico impresionante e umha mente aberta e luitadora. Espero que gostés da sua música.














domingo, 7 de outubro de 2007

A despedida




Quando volví de Marrocos, à Galiza, não fum quem de me despedir. Sinto saudade demais da mágia e da hospitalidade dum pais único e fascinante.
Estas canções que vou deixar, erão as que sempre levávamos no carro, o Suso e mais eu, quando fazíamos as viagens ao Sul, case sempre com gente da Galiza que vinha para conhescer. Quando escuito, lembro todos os lugares incríveis que tive a oportunidade de conhescer e que, para sempre, formam parte de mim, até o ponto de ficar doente desde Janeiro sem poder sair da casa.
O doutor da-me litio para a minha crise depressiva, mas eu acredito em que é a morrinha de Marrocos a que causa o meu mal.
Bom. Aquí vos deixo as canções que, desde Egipto, Argélia e Marrocos, expresam este jeito de sentir magrebí que não posso explicar com palàvras:















terça-feira, 2 de outubro de 2007

Gnawas

Os gnawas, são os descendentes dos escravos trazidos a Marrocos desde Sudão occidental e o oeste de África.
Os Gnawas ficam estabelecidos no sul de Marrocos, em cidades como Agadir, Marrakech, Essaouira, Errachidia e também em pequenas aldeias do Sara arredor de Erfoud e Merzouga, como a pequena aldeia de Khamilia, onde rematava até hà dous anos a estrada e começava o deserto. A fotografia primeira é dos gnawas de Khamilia
A palàvra gnawa, ou gnaoua, procede do Tassousit, a lingua anmazig ou bereber do sul de Marrocos, na bacia do rio Sous:
ignawen.
Em Tassousit, ignawen significa "mudos". Eran chamados assim porque falavam línguas que eles não podiam perceber

Com o tempo, estes escravos fazem-se muçulmanos, mas conservando parte das suas crenzas animistas, sobre tudo nos rituais de trance e possessão, em certo modo paralelos à santeria ou candomblé americanos, mas muito mais sobrios, dado que, no islão não existen icones nem imagens de deus nem dos santos como na religião católica.
Os gnawas praticam o trance hipnótico por meio da música e dos cantos que invocam a "Morabitos" , homens ou mulheres sant@s com poder para botar fóra aos dianhos e sandar as picaduras dos escorpiões e as doenças mentais.

Os instrumentos da música gnawa são três: O guembri, de três cordas e som de baixo, o tbel, ou tambor que tocam cum pau curvado, e as qraqeb, umha espécie de castanholas ou crótalos de metal.
As suas danças são muito rítmicas. Hà umha voz que introduce variações que os demais vão respondendo e repetindo.
Visto em vivo, assim, de perto, de certo que se cria umha atmosfera especial, que mesmo pode ser percebida por umha pessoa alheia culturalmente. Se tentas dançar e te metes no ritmo, alcanzar o trance, não é difícil, sempre que, fisicamente aguntes um tempo dançando sem parar e cada vez mais forte e mais rápido. Também pode que che deia um infarto.
Dentro da música gnawa, hà festivais cada ano. Concretamente na cidade de Essaouira, cada verão um muito importante. Nestes festivais, a música jà é mais música em si que instrumento terapeutico ou místico. Hà grupos, hoje em dia, que comercializam a música gnawa, como os franceses Gnawa Diffusion e outros grupos de rap marroquinos.

Quanta morrinha esperta em mim este video. Coração do Magrib, a terra e a gente que amo...



O Festival Gnawa de Essaouira,polas ruas da cidade:



O grupo "Gnawa Diffusion"argelinos ubicados na França. Não é música gnawa tradicional, mas tem seu interese:



Gnawas da região de Agadir, com seus puchos de cunchas, que fazem virar com sua cabeça:



Os gnawas,umha etnia e umha cultura dentro dum pais de múltiples caras.
Seguiremos a baixar polo continente africano em posteriores mensagens, inchallah.