sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Guitarras, voces, arte do flamenco cigano

Para rematar este passeio polo flamenco -haberia para contar toda umha vida, mas não quero monopoliçar os temas das histórias que vos vou contando-.
Pois para rematar, digo, dous momentos que me emocionam especialmente:
O primeiro, é de Camaron de La Isla, verdadeiro revolucionário e voz única do flamenco:
Ele, com Joan Manuel Serrat, cantam "La Saeta", de António Machado. Como arrincar-lhe-los cravos a esse Jesús cigano, sempre em agonia, sempre sem rematar de baixar da crús e botar a andar polas águas do mar da alegria e da dignidade social:




Outro, umha festa de guitarras que conversam, rim, choram, e amosam cada umha sua diferente personalidade da mão de três mestres, um deles, cigano, de Algeciras, cidade ponte entre dous mundos , com ferrys que vão e vém entre Europa e o Islão:
Paco de Lucia, John McLaughlin , Al di Meola:

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Flamenco e ópera

Jà vos falei antes, noutro fio, de quando fum ao Liceu ver a Antonio Gades e a sua montagem da ópera "Carmen" de Bizet.
Carlos Saura, rodou um filme com Antonio Gades,Cristina Hoyos, Laura del Sol, e outros mestres do flamenco, como Paco de Lucia.
Neste primeiro Video, ides ver a Saura, António Gades e Paco de Lucia-Vaia trio de mestres...! Algúns jà nos deixaram...- preparando umha cena do filme:



Estoutro, é dumha beleça estremecedora. Ópera, flamenco, e o pássaro do amor revoandolivre...

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A mirada de Carlos Saura. Segunda parte

È tão fermoso o filme "Flamenco", tanto polo contido, como pola forma em que Carlos Saura no-lo amosa, que me presta pôr outro fio mais.
Aquí vou selecionar outras três mostras do filme:
Ademais de "Flamenco", rodou "sevilhanas" e "Carmen" con António Gades de bailador.
Eu tive a sorte de o ver bailar esta obra no Liceu de Barcelona, hà agora 22 anos, quando em Barcelona ainda podia aceder à cultura todo o mundo e não só os ricos, coma agora.
O primeiro video, é umha buleria. Toca a guitarra Tomatito, Belén Maya baila coma umha deusa . Também aparecem Potito, Duquenque e El Grilo.




O segundo, é do mestre Paco de Lucia tocando tangos com muito acompanhamento.
Paco de Lucia tem umha prestáncia e umha seriedade que semelha a dum verdadeiro mestre. E não é de estraqnhar se, como ele mesmo conta, seu pai o tive desde os uito anos num quarto aprendendo a tocar a guitarra.
O pai era guitarrista e não podis dar-lhe ao filho estudos nem outra formação, assim que o encerrou co a guitarra até que se fundirom, guitarra e homen, para sempre:





Por último, umha rumba de Manzanita e os irmãos Habichuela_Ketma- para rematar esta festa flamenca.Com letra dum poema de Garcia Lorca, o poeta de coraçaõ cigano...
O filme ofrece muito mais.
Mas espero que esto sirva de amostra do que é o sentimento, a beleça e a arte dos ciganos flamencos:

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Outra mirada

Hà anos, Carlos Saura, que é um director de cinema fascinante pola estética e a beleça que sabe transmitir nas suas obras, rodou um filme adicado ao flamenco, que se chama assim "Flamenco".
É um filme sem história, nem apenas escenografia mas, ao meu ver, dumha beleça estremecedora.
Aquí podedes ver, por exempolo, a um novinho Joaquin Cortés, bailando "farrucas"



Ou à família dos Farrucos, cum Farruquito meninho dançando com Chocolate umha soleá cheia de sentimento:




Ou Lole e Manuel contando a história dumha borboleta por bulerias:



Amanhà, se posso, porei-vos mais fragmentos deste maravilhoso fime, para s que gostem do flamenco e a arte cigana.

domingo, 26 de agosto de 2007

Polígono Sur


Hà anos, quando ainda a nossa sociedade não ficava tão tecnificada e estandariçada, os ciganos da cidade de Sevilla, viviam polo Bairro de Triana, na beira dereita do rio Guadalquivir.
Durmiam ao raso, fabricavam canastros, trabalhavam na forja, feiravam com cavalos,e, sobre tudo, desde bem cativos, aprendiam a cantar e a tocar palmas, jalear, e tudo o demais.
Mais tarde chegaram os "guiris", a especulação, o lavado de imagem, Europa, e a todos eles lhe deram umha vivenda num polígono dos arrabaldos, o Polígono Sur, ou o das "Tres mil Viviendas", e alí se transladaram, coma se dum guetho de tratar e foram substituindo seus trabalhos artesanais e feirantes polo trapicheo, a desorientação e o desarraigo.
Mas, o único que não perderam fui a escola de cante,de dança, de palmeas, de jaleo,que todas as crianças aprendem desde pequenas.
"Polígono Sur" é o título dum filme da francesa Dominique Abel, de produção hispano-francesa.
Um filme muito interesante de ver.
Os tipos e a geografia urbana, lembram-me ao Rif e a Marrocos, em geral. Mas, a atitude diante da vida,é totalmente diferente. Mais bem me faz lembrar aquela escola de Barcelona, a onde acodiam meninhos do Besós e da Mina. Gente marginal, tocada pola gangrena do narcotráfico e a marginalidade social, mas, cum sentido do humor e umha força vital incrível.
Do Polígono Sur, sairam os irmãos Amador, que seguem a viver no bairro, e outros músicos famosos.
No filme, saem

Emilio Caracafé
Ramón Quilate
Luis De Los Santos
Rafael Amador
José Jimenez (Bobote)
Rafael (El Eléctrico)
Martín Revuelo
Juana Revuelo
Martín Revuelo Hijo
Pelayo
Pepe (El Quemao)

Segundo conta a autora do filme," Cuando Rafaelillo Amador llegó por primera vez a las Tres Mil Viviendas, hace casi treinta años, era un niño y le recibió un burro. No era un burro cualquiera. Mientras la familia Amador pasaba por la calle, cargada con sus enseres, el burro les observaba desde la ventana de un noveno piso.

Rafaelillo pronto averiguó que aquel animal poseía un cuartito muy apañado. Para evitar que se constipara, su dueño lo subía en ascensor cada noche hasta el noveno, donde le había preparado una habitación con su bebedero, su paja, y con muy buenas vistas. Años después , Rafaelillo cantaría, ya, como Pata Negra: "De los pájaros que vuelan / ninguno como el cochino". Puro surrealismo sureño con el claro sello de las Tres Mil Viviendas, la barriada más artística, alucinante y adictiva de toda Sevilla."
Amais do Burro, hà um tolo vestido de indio, e mais cousas que reflictem a vida cotià num mundo tão perto da cidade, mas tão longe do seu trafego mental.
Aquí vou-vos deixar uns fragmentos do filme. A ver se atopo os que reflictam melhor o que vos contei:









Por último, tres dos irmãos Amador,en estado puro:Quando a guitarra toca, a voz e o corpo, correm coma cavalos bravos galopando nos acordes.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Um instrumento muito moderno


Ainda que as suas raizes venham dos Stell Drums de Trindade e também tenha um ar oriental:-Gong, Gamelan, Ghatam e principalmente do Steel Pana, segundo os entendidos,- a verdade é que, este instrumento, com forma de disco voador com buratos, fui criado no ano 2000 por Felix Rohner e Sabina Schärer, investigadores suiços que, no estudo Panart na cidade de Berna, inventarom um novo instrumento de aceiro, cumha caixa de resoança e com pequenos círculos que se correspondem com as notas da escala musical.
Põem-lhe de nome, Hang, que em lingua de Berna, significa mão, porque, em realidade, é com as mãos que se toca.
Hà mais de 40 tipos de hangs com diferentes escalas, mas, até pouco tempo, nao existiam em Espanha.
Agora entraram, como não, por Barcelona, e polas ruas de El Raval ou do Gótic, podemos ver a gente como o brasileiro Pedro Collares Moraes, natural de Rio de Janeiro, que, após estudar em seu pais violão, piano e guitarra eléctrica, veu parar a Barcelona. Faz umha viagem à India de quatro meses, para praticar meditação e canto indiano.
Agora, em Barcelona, ele toca em centros de Yoga, festivais de meditação e também nas ruas do Bairro Gótico. Lá ele se concentra em transmitir a paz para as pessoas estressadas da cidade.
“É uma musica para a expansão da consciência” diz Pedro. Utilizando Mantras Indianos, cantos sagrados de diversas culturas ele também aplica uma técnica Tibetano-Mongol que são cantos harmônicos, com essa técnica é possível soar duas ou ate três notas ou mesmo tempo com a voz, como passa nos instrumentos e cantos com predomínio de sões harmónicos, coma o didjeridoo, os cantos do Tibete...
Outro artista desta música na cidade, é o Profesor de hang Ravid Goldschmidt, pianista e percusionista israelí que hà só um ano e meio tocava polas ruas do Gótico.
Veu fazer o Caminho de Santiago pola Rota da Prata, desde Sevilla, e, quando rematou, quedou em Barcelona.
Coma ele, hà outros artistas polas ruas do Gótico e de El Raval, e mesmo um lugar onde se podem mercar estes instrumentos, na Rua do Bon Succés.
Barcelona é umha cidade que nunca deixa de nos surprender.
Todos os sões do mundo convivem baixo o seu céu.





Aqui, cum baixo:



Aquí, com didjeridoos: e umha trompa tibetana:




Assim é BARCELONA.
O instrumento mais antigo-o didjeridoo dos aborigens australianos-, mestiça-se com o mais místico, ou o mais moderno, fabricado num laboratório suiço.
Eis a mágia das mesturas e as mestiçagens......
Aperta.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Instrumentos de cordas. A Kora


A kora é um instrumento de cordas tradicional dos povos mandigas da África Ocidental, construído a partir de uma metade de cabaça fechada por uma cobertura de pele, de onde parte um braço que sustenta até 25 cordas.
É o instrumento tradicional que acompanha os griots, trovadores errantes, mistura de poetas e cronistas. A preparação de um griot inicia-se muito cedo, em casa. O pai conta-lhe a História e as histórias da(s) tribo(s) como exemplos de força e grandeza.
A kora é un unstrumento mágico, umha espécie de harpa africana, que os músicos tocavam para as famílias nobres do Império Mandinga, antes de que os coloniçadores europeus criaram os Estados e as Fronteiras.
Se queredes saber mais de koras e griots, tocadores de kora e demais, podedes visitar meu blogue oescunchador.
Aquí só quero deixar-vos os sões da kora e suas músicas mágicas:







Que disfrutedes da dozura de àfrica, coma antes da força dos seus djembés e demais percusões que em ela tem sua origem.
África é a origem dos homens e mulheres, da música, das viagens.
África é a terra em estado puro.