quarta-feira, 30 de maio de 2007

Hà mais Europas que as que adoitam amosar-nos na TV




De passeio polos paises do Cárpatos e os Balcaes, atopamos músicas ciganas e também judeas incriveis.
Hoje imos falar de dous clarinetistas:
Coma o Macedónio, Ferus Mustafov, que o mesmo toca o clarinete, o saxo, ou a flauta dos pastores.Esta, mesmo a toca com o narîs.
Aquí vemos como toca numha festa com outros músicos:



Ou aquí, mais intimista<<<.



Ou o búlgaro Ivo Papazov





Espero que gostés destas músicas, sobre tudo se nao as tinhas ouvido de antes.
Umha aperta.

domingo, 27 de maio de 2007

Novamente ciganos


O povo cigano sempre mesturou e adaptou sua musica à dos paises e lugares a onde vivem.
Na sua música hà sempre umha mestura de alegría, dor, tristeça, paixao e até drama. tal vez porque esses sejam os parámetros da sua vida como povo ou étnia em quase todo o mundo.
Após de falar aquí dos ciganos de Barcelona e a sua rumba de ventilador,gostaria de vos amosar algo de outros ciganos que moram na outra banda europeia. De Austria cara o Leste. Umhas culturas e umhas músicas fascinantes com as que empatiço totalmente, como me passa sempre com as cousas feitas por gente que nao tem recursos económicos e por esso tem algo especial que me atraz: A liverdade que da o nao ter nada a perder.
Umha vez vi um filme "O extranjeiro tolo" ,que narrava a história dum moço fracês que ia a Romenia na procura dumha música que lhe ouvira a seu pai e que queria recuperar para a sua memória.
Amais, numha ocasao, tive um aluno romanês de sete anos, chamado Remus Pipiaua, tao inocente e divertido, que nunca poderei esquecer.
Assim hoje imos começar umha viagem polas músicas ciganas do Leste, e o primeiros pais será a Romenia de Remus.
A banda cigana que atua hoje é a "Fanfare Ciocárlia", un grupo de ciganos com instrumentos de vento que me lembram os anos em que os ciganos vinham polas nossas vilas da Galiza, com sua cabra, suas lindas raparigas bailarinas e sua alegria de praça pública.
Velaí vai:





Um desafio entre judeus e ciganos:

sexta-feira, 25 de maio de 2007

C'est Facile





Hoje imos falar de outro artista da Khabile que faz umha música ravaleira, ainda que nao desde Barcelona, mas de Paris. Chama-se Akli d.
Umha música que nasce na sua aldeia, onde sua mae lhe cantava cantos tradiçonais.
Que nos anos oitenta foge a França por mor da repressao algeriana sobre a Khabila "A Primavera da Khabila".
Ali edita um primeiro trabalho:Anef as Trankil, no 1999.
Mais tarde é descuberto polo mago Manu Chao e, ele produz seu segundo trabalho: Na Yela.
Em ele, entre risos e tristeças conta suas experiências, suas viagens, suas penas, que coincidem com as dumha época na que a gente é maiormente nómada, move-se na procura dumha vida melhor, mantendo em todo o planeta o espírito ravaleiro.
Imos ver um trabalho onde fala do doado e do difícil que resulta , segundo os casos, ser extranjeiro. É umha versao de animaçao com desenhos de Wozniak, o dessenhador polonês dos últimos trabalhos de Manu Chao:
C'est facile.






Outra fruto de seu contato com meninhos de Chechénia, canta ao jeito dos velhos Griots mandingas a tristeça dos meninhos da guerra:





Por último, SALAM, um desejo de paz. ALEIKUM:Para Tudos

sábado, 19 de maio de 2007

O Rif que amo


Após de seis anos vivindo no Rif, nao posso evitar amar essa terra, com suas gentes, suas luitas e seus sonhos de independéncia.
Este video é umha viagem no tempo pola cidade de Alhucemas e os seus contornos, com a presência do heroi rifenho mais venerado, Abdel Krim El Khatabbi, que conseguiu unir a todas as tribos e Kabilas do Rif baixo umha bandeira,para luitar contra o ejército colonial.
Ao fim, traizoado, tivo que renunciar aos seus sonhos, como todo o povo rifenho, mas a memória pervive.
Agora que fico aquí, presa dumha doença, nao posso viajar a que ainda é minha cidade até que junho remate.
Mas para eles, esta homenagem de lembrança e amor, porque sempre o Rif vivirá no meu coraçao.



quinta-feira, 17 de maio de 2007

Amazigh


Amazigh é o nome que a étnia bereber do Norte de África se dao a si mesmos. A étnia primitiva anterior às invasoes muçulmanas procedentes da península arábiga, a mesma dos habitantes aborigens das Ilhas Canárias antes da invasao espanhola caminho da grande invasao americana.


Amazigh, amais do nome da étnia, é umha lingua, um alfabeto próprio, umha cultura e, por suposto, umha música.

Muitos amazighs hà polo Raval, e assim me consta após dos seis anos vividos no centro amazigh do norte de Marrocos, o Rif Oriental. Os rifenhos da zona de Alhucemas e Nador, pertenceriam à póla Tarifit, no Meio Atlas vivem os Amazigh e no valo do rio Souss e arredores-Agadir- os Tassoussit, a terceira póla amazigh.

Cada umha destas regioes tem diferentes dialectos da mesma lingua, que, entre eles e a nível coloquial, chamam Shelgha.


Mas também hà amazighgs na Khabília algeriana, e nos outros paises do norte de África.

Precisamente, dum músico khabilenho, quero-vos falar hoje.

Chama-se Hamid Cheriet, ainda que, no mundo da música, o seu nome é IDIR, que na lingua da Khabília, significa: Vivirá e adoita dar-se-lhe a umha criança que nasce com dificuldades e sobrevive mália tudo.

Idir ia para geólogo da companhia algeriana de petróleos , mas o açar faz que um dia, cante num programa de rádio substituindo ao cantante e, desde esa, jà nao deixou de cantar.

Esto passou no 1973 e ele era o filho dum pegureiro que estudava graças a os esforços do pai com suas ovelhas.

Mais tarde vai a París, como tantos músicos da Kabília, e alí grava seu primeiro trabalho: "A vava Inouva", música khabilenha em lingua amazigh.

Mais tarde, viriam:

Ay Arrac Nagh (1979)
Le Petit village
Les Chasseurs de lumière (1993)

E, no 1999, grava o albume "Identités", donde colaboran


Karen Matheson,Manu Chao, Geoffrey Oryema Brahim Izri, Thierry Titi Robin L'Orchestre National du Barbès , Dan Ar Braz, Maxime Le Forestier, Zebda e Gnawa Diffusion, entre outros.


Mais tarde, "Deux rives un rêve" ( que inclue umha versao em lingua amazigh da cançao de Georges Brassens "Les trompettes de la renommée" (2002)
Entre Scène et Terre (CD+DVD) .
Os seus instrumentos, amais da guitarra, sao a flauta dos pegureiros, que tocava de pequeno e os derboukas, a percusao amazigh por excelência.
Um video do seu primeiro trabalho. Os amazigh sao os grandes artesaos que ainda quedam perto de nós



Este, desde Alhoceima, minha última casa.



Meninhos que me trazem lembranças



Um dueto com Khalida Messaoudi:
Denia
http://www.goear.com/listen.php?v=e95f9a8
Ao fundo, escuitam-se os aturuxos das mulheres bereberes, típicos das festas.

terça-feira, 8 de maio de 2007

As voltas que da a vida


Se na entrada anterior, falava da ledícia do re-encontro com a música de Fran Pérez Narf, hoje, olha por onde, chegou a mim umha música do pais onde nos conhescemos, no 91, na Silésia Polonesa.

Ainda lembro as palàvras aprendidas em polonês para nao ter que andar a fazer de galinha quando queria polo, como aquele dia quando chegamos, às tres da manhà à estaçao de comboio de Jelénia Góra e o bar era um fervedoiro de gente comendo caldo de repolo, polo, café e demais.

Se algûm dia ides a Polónia, tendes que saber que um chà é um "herbata" um geado "lodi", umha salchicha, "kilbassa", o polo , "kurzack" e assim nao vos veredes dando-lhe às aças e cacarejando coma umha galinha fronte à barra do mostradorr, mentras o camareiro chama pola cozinheira para que veja o espectáculo.

Ainda que suposso que, agora, em plena era CEE, Polónia jà nao é o que era no 91.


Bem. Pois o grupo de músicos dos que vos vou falar hoje, nao é de Silésia, mas da Galitzia polonesa, aló por umha cidade preciosa com cúpulas de láminas de ouro e um dragao que bota lume na sua muralha.

Falo de Krákov, ou Cracóvia, umha cidade fermosa quando eu a conhesci, cum bairro judeu abandonado que começava a re-nascer- Kazimierz- uns cafés modernistas muito fermosos e numerosas galerias de arte, onde por poucos zlotys podias mercar um debujo do castelo de Bábel, ou um jinete polonês, ou um ôvo de madeira pintado.

Umha nuitinha, sentada na Praça, fronte à Catedral da coroa de ouro na torre, vi umha chuva de estrelas fugazes, as Perseidas, e pensei que esse era o momento mais belo da minha vida.


O grupo do que falo, chámase KROKE.

Kroke significa Cracóvia, em yiddish, e formou-se, olha por onde, no ano 1992.

Compoe-na

Tomasz Lato (contrabaixo), Tomasz Kukurba (viola) e Jerzy Bawoł (acordeao), velhos amigos e graduados na Académia de Música de Cracóvia.


No 2003, uniu-se à banda o percusionista Tomasz Grochot.


A sua música tem componhentes klezmer a música dos judeus askenazies de Europa Oriental, que se caracteriza por emitir soes de vozes humanas que soam como instrumentos-no primeiro tema ,se escuitades atentamente, decatarés-vos- assim como sefardís. Também influenças de jazz e música clásica.


A sua discografia:


Trío - Klezmer Acoustic Music (RIENCD04) (Oriente 1996)
Eden (Oriente 1997)
Live at the Pit (Oriente 1998)
Sounds of the Vanishing World (RIENCD24) (Oriente 1999)
Ten Pieces to Save the World (Oriente 2003)
East Meets East (EMI 2003)
Quartet - Live At Home (RIENCD48) (Oriente 2004)





sexta-feira, 4 de maio de 2007

A fascinaçao do re-encontro


Depois de nove anos vivindo ao pé do Mediterráneo, polo Raval e o Rif, volvo à esta beira atlántica húmida e verde, coma o leito dum rio, e as emoçoes apilam-se em meu coraçao coma graos de trigo numha tulha cheia a arrabentar.
Após de viajar de Barcelona à Galiza, seguindo a Per Loca, a pele e a memória vao-se humedecendo com as lembranças e o peito ameaça estoupar coma umha gesta de chirumas amarelas na primavera.
Lembro a viagem mágica que fisse com os Chévere a Jelénia Góra,no Sul da Polónia mineira, com parada em Praga e em Berlim, aló polo ano 91.
Daquela, o personagem do que vos vou falar era um moço novo que colaborava com Chévere, que tocava em Nicho Varulho, com Pepe Sendón e Carlos. Também nos Kinindiola.
Depois fundarom a Psicofónica de Conxo, e a sua actividade fui baixando além do pai Minho , para a banda de abaixo, onde ficam nossos irmaos de língua, de cultura, e de origem...

Hoje, ao ouvir as cançoes de Fran Pérez, Narf, senti umha vaga de fascinaçao, de admiraçao polo incrível trabalho deste homen, que faz poesia e música como poucas vezes ouvi.
Que une o norte e o sul do Minho numha irmandade que soa real, verdadeira.
Para que saibades mais cousas sobre tudo esto, vou trazer uns textos da sua página, porque eu agora só posso falar das emoçao do re-encontro.
Logo deixarei-vos umhas gravaçoes para que disfrutedes.

"narf é a identidade máis sintética e acústica de Fran Pérez, compositor e cantor da Galiza que reparte a súa actividade entre o teatro e o rock. No teatro, recibiu diversos premios polas súas composicións, sobre todo na súa época con Chévere en espectáculos como "Rio Bravo" ou "Annus Horribilis", escritas en sociedade con Pepe Sendón. Tamén colaborou con grupos como Mofa e Befa, Compañía de María, Ollomoltranvía entre outros. Traballou e traballa profusamente en Portugal, en especial con Trigo Limpo Teatro ACERT. No rock, é membro da psicofónica de conxo, con quen leva editados dous discos: 'Psicópolis' e 'Extramundi'. Fran presentou no 2003, como compositor e director musical, o CD-ROM 'O Labirinto dos Soños" e a súa adaptación teatral en portugués, na que tamén participou como actor co grupo Trigo Limpo. Na actualidade, está a compor a música para a continuación de O Labirinto dos Soños: a serie de animación para tv, 'Ventura na Illa de Hypnos'.Resultado desta variada experiencia é esta síntese na que a canción como fórmula poética cobra un protagonismo claro, desprovisto de artificios. Acompañado apenas por dous músicos, Marcos Teira coa sua guitarra de sonoridades flamencas, e Pepe Sendón ao vibráfono e a percusión, NARF ofrece um concerto acústico no que a orixinalidade e a sinxeleza son as mellores compañeiras dunha voz.

Ou

"Narf é o proxecto máis persoal de Fran Pérez. E para darlle forma contou con dous amigos e colaboradores de longa data. Con Pepe Sendón, Fran partillou infinidade de proxectos: desde os iniciais grupos de rock como Nicho Varullo e Os Kinindiola, ata encetar a súa carreira como compositor para teatro con Chévere ou Trigo Limpo. Últimamente comparten a creación do proxecto multimedia "O Labirinto dos Soños". Marcos Teira xa formara parte d'Os Kinindiola a principios dos 90, e logo volveuse a reunir con eles para formar "A Psicofónica de Conxo" e colaborar en moitos outros proxectos. Na actualidade, no seu traballo como NARF, o trio aposta por explorar a esencia das cancións cunha instrumentación reducida. A combinación da guitarra acústica de Fran, a guitarra flamenca de Marcos, acompañadas ben pola percusión do caixón, ben polo timbre envolvente do vibráfono de Sendón, son os lenzos nos que se arroupa a persoal voz de Fran, unha voz que por primeira vez se recrea cantando ao servizo dun proxecto á súa medida.

A primeira gravaçao que vos deixo, é muito recente.
Pertence à sua atuaçao na homenagem a José Afonso e ao 25 de Avril celebrada em Vigo hà umhas semanas:





Estoutra é muito fermosa : Um poema de Moçambique: Quero ser tambor: