A carreira musical mais longa. Sões de Sitar
Quando era umha rapariga, as freiras de Rubine levarom-nos ao cine-fórum para ver um filme mágico, por onde eu via passar a todas aquelas pessoas que quería ser para ver o mundo, rodearme de liverdade e fugir das tebras do aburrimento gris, da mesma cor que a roupa uniformada que era o distintivo da Orde Terciária, onde fiquei confinada para poder estudar, por sete anos.
No filme, Concierto para Bangla Desh, apareciam muitos músicos e cantores e, entre eles, um que ja é um homem idoso,-nasce no 1920- mas que ainda segue em activo.
Para falar de ele, temos de falar primeiro do instrumento que tange.
Instrumento de sões formosos e evocadores, como pingas de água que saltam dum chafarîs.
É un instrumento de cordas, como a harpa europeia, ou a kora africana. Tem em comum com esta, a grande cabaça que lhe faz de caixa de resoança, ainda que as diferências são notórias. O sitar, tem umha segunda cabaça no alto do mastro, e os trastes são cóncavos para acolher às cordas secundárias. A cuberta é de madeira dura.
O Sitar, é un instrumento de som delicado e brilhante, que é introduzido na India desde Persia, durante o Império Mogol.
Tem um total de entre 18 e 26 cordas que se tangem cumha pua-mizrab- ou com o dedo meiminho.
Da totalidade das cordas, quatro marcam a melodía, três levam o acompanhamento harmónico e rítmico e as outras, até um total de onze a dezanove, vibram por simpatía, a canda as cordas principais, e, com sua resoança, engadem corpo e textura ao som.
Um instrumento precioso, cum som muito sigular e espiritual:
Ravi Shankar, o músico vivo com a carreira musical mais extensa no tempo. Nado em Varanasi no 1920, Pandit Ravi Shankar, é o músico mais conhecido fóra da India e o que mais influiu na música "ocidental". Presentou-se por primeira vez fóra da India, na União Soviética, no 1954. No 1956 chega à Europa pre-capitalista e, desde esa, fixo-se muito popular.
Colabora com George Harrison, forma parte do elenco de músicos do filme "Monterrey Pop" que recolhe o festival de Monterrey, em plena era Hippie californiana-ese também o fum ver com as freiras, a outro cine-forum. Flipei com Jimi Hendrix, The Mamas &The Papas, Janis Joplin... Pobre meninha de Vimianço dos anos setenta, fechada num internado de freiras...! Quantas voltas tinha que dar o mundo para chegar a sentir que não tinha enveja da liverdade para ser e fazer o que me pete...!-
Como curiosidade, dizer que Ravi Sankar é o pai da cantante Nora Jones.
Deixo-vos uns videos, para que vejades tanger o sitar em vivo:
Aquí, um Ravi Shankar novo, ensina a tanger o sitar a George Harrison
Aquí tocando a serio. Os sões do sitar são preciosos:
Eis o filme no que eu vi a Ravi Shankar por primeira vez:
Explica como soa a Tabla, instrumento de percusão próprio da música india que acompanha ao sitar.
Espero que gostés desta mensagem, cheia de lembranças próprias e música de longe.