terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A carreira musical mais longa. Sões de Sitar



Quando era umha rapariga, as freiras de Rubine levarom-nos ao cine-fórum para ver um filme mágico, por onde eu via passar a todas aquelas pessoas que quería ser para ver o mundo, rodearme de liverdade e fugir das tebras do aburrimento gris, da mesma cor que a roupa uniformada que era o distintivo da Orde Terciária, onde fiquei confinada para poder estudar, por sete anos.




No filme, Concierto para Bangla Desh, apareciam muitos músicos e cantores e, entre eles, um que ja é um homem idoso,-nasce no 1920- mas que ainda segue em activo.
Para falar de ele, temos de falar primeiro do instrumento que tange.
Instrumento de sões formosos e evocadores, como pingas de água que saltam dum chafarîs.
É un instrumento de cordas, como a harpa europeia, ou a kora africana. Tem em comum com esta, a grande cabaça que lhe faz de caixa de resoança, ainda que as diferências são notórias. O sitar, tem umha segunda cabaça no alto do mastro, e os trastes são cóncavos para acolher às cordas secundárias. A cuberta é de madeira dura.
O Sitar, é un instrumento de som delicado e brilhante, que é introduzido na India desde Persia, durante o Império Mogol.
Tem um total de entre 18 e 26 cordas que se tangem cumha pua-mizrab- ou com o dedo meiminho.
Da totalidade das cordas, quatro marcam a melodía, três levam o acompanhamento harmónico e rítmico e as outras, até um total de onze a dezanove, vibram por simpatía, a canda as cordas principais, e, com sua resoança, engadem corpo e textura ao som.
Um instrumento precioso, cum som muito sigular e espiritual:






Ravi Shankar, o músico vivo com a carreira musical mais extensa no tempo. Nado em Varanasi no 1920, Pandit Ravi Shankar, é o músico mais conhecido fóra da India e o que mais influiu na música "ocidental". Presentou-se por primeira vez fóra da India, na União Soviética, no 1954. No 1956 chega à Europa pre-capitalista e, desde esa, fixo-se muito popular.
Colabora com George Harrison, forma parte do elenco de músicos do filme "Monterrey Pop" que recolhe o festival de Monterrey, em plena era Hippie californiana-ese também o fum ver com as freiras, a outro cine-forum. Flipei com Jimi Hendrix, The Mamas &The Papas, Janis Joplin... Pobre meninha de Vimianço dos anos setenta, fechada num internado de freiras...! Quantas voltas tinha que dar o mundo para chegar a sentir que não tinha enveja da liverdade para ser e fazer o que me pete...!-
Como curiosidade, dizer que Ravi Sankar é o pai da cantante Nora Jones.

Deixo-vos uns videos, para que vejades tanger o sitar em vivo:

Aquí, um Ravi Shankar novo, ensina a tanger o sitar a George Harrison



Aquí tocando a serio. Os sões do sitar são preciosos:



Eis o filme no que eu vi a Ravi Shankar por primeira vez:

Explica como soa a Tabla, instrumento de percusão próprio da música india que acompanha ao sitar.



Espero que gostés desta mensagem, cheia de lembranças próprias e música de longe.

petejimijanis-copy.jpg MontereyPop1.jpg

domingo, 2 de dezembro de 2007

Dando a volta



Dando a volta a África polo Cabo da Boa Esperança, pola rota dos antigos navegantes, chegamos a um pais diferente. . . Na Beira do Océano Índico, na África austral.
Vizinho de Sudáfrica, Zâmbia, Malawi, Swazilândia, Zimbabwe, e atravesado polos rios Limpopo e Zambeze. Adentrando-se no mar, amais das suas proprias ilhas e ilhõs, que são numerosos, ficam Madagascar e Comores, e os territórios franceses de Mayotte e Reunião.

Em Moçambique se mesturam as formas culturais proprias, com as dos povos que por ali foram passando no decorrer do tempo: portugueses, hindus, árabes...
No 1975 acadou a independência, depois de ter passado por umha época colonial e umha guerra que rematou com a revolução portuguesa.
Mais tarde, umha guerra civil entre 1976 e 1992.

A etnia mais antiga de Moçambique são os bosquimanos, e mais tarde, os bantus, dos quais, o império dos Mwenemutapas, foi um estado dentro do que hoje é Moçambique, desde o século X ao XIX.


São, no entanto, os povos Bantu que, não constituindo uma raça específica mas um conjunto de grupos com umha cultura comum e umha linguagem similar, estão na origem das etnias dominantes, os “Aianas”, os “Macuas”, os “Angones”, os “Nhanjas”, os “Tongas”, os “Bitongas” e os “Muchopes” que se distribuem por esta ordem de Norte para Sul do País. Estes grupos estão ainda divididos por sub-grupos.


Além dos descendentes dos grupos Bantu, são de salientar as comunidades Swahilis instaladas em áreas costeiras e responsáveis pela introdução do Islamismo no País, os Indianos e Europeus dispersos por todo o País.

A lingua oficial é o português, mas existem: Xitsonga, ciyao, xiChona, echuwabo, cinyanja, xironga, cinyungue, xiChope, bitonga, swahili, cicopi, cinyungwe, cisenga, cishona, ekoti, elomwe, gitonga, maconde (ou shimakonde), kimwani, macua (ou emakhuwa), memane, suaíli (ou kiswahili), suazi (ou swazi), xichanga, xironga, xitswa e zulu ainda que não tenham a oficialidade.

Maputo é a capital política.


Emquanto à música, vai desde os grupos tradicionais, como estes "marimbeiros"-marimba é o instrumento de láminas de madeira- que vedes aquí, tocando no parque matural de Gorongosa:



A este video-clip com bastante ritmo e humor:



A música mais arabiçada de Wazimbo:



A Kizomba angolana, também triunfa aquí.
Mas, sobre tudo, hà umha música que define ao Moçambique moderno.
Nasceu nos anos setenta para protestar do que não ia bem e dançar para alegrar a vida. A Marrabenta:



Marrabenta de hoje:




Umhas Marrabentas para dançar. Os povos que dançam, tem vida: