terça-feira, 8 de maio de 2007

As voltas que da a vida


Se na entrada anterior, falava da ledícia do re-encontro com a música de Fran Pérez Narf, hoje, olha por onde, chegou a mim umha música do pais onde nos conhescemos, no 91, na Silésia Polonesa.

Ainda lembro as palàvras aprendidas em polonês para nao ter que andar a fazer de galinha quando queria polo, como aquele dia quando chegamos, às tres da manhà à estaçao de comboio de Jelénia Góra e o bar era um fervedoiro de gente comendo caldo de repolo, polo, café e demais.

Se algûm dia ides a Polónia, tendes que saber que um chà é um "herbata" um geado "lodi", umha salchicha, "kilbassa", o polo , "kurzack" e assim nao vos veredes dando-lhe às aças e cacarejando coma umha galinha fronte à barra do mostradorr, mentras o camareiro chama pola cozinheira para que veja o espectáculo.

Ainda que suposso que, agora, em plena era CEE, Polónia jà nao é o que era no 91.


Bem. Pois o grupo de músicos dos que vos vou falar hoje, nao é de Silésia, mas da Galitzia polonesa, aló por umha cidade preciosa com cúpulas de láminas de ouro e um dragao que bota lume na sua muralha.

Falo de Krákov, ou Cracóvia, umha cidade fermosa quando eu a conhesci, cum bairro judeu abandonado que começava a re-nascer- Kazimierz- uns cafés modernistas muito fermosos e numerosas galerias de arte, onde por poucos zlotys podias mercar um debujo do castelo de Bábel, ou um jinete polonês, ou um ôvo de madeira pintado.

Umha nuitinha, sentada na Praça, fronte à Catedral da coroa de ouro na torre, vi umha chuva de estrelas fugazes, as Perseidas, e pensei que esse era o momento mais belo da minha vida.


O grupo do que falo, chámase KROKE.

Kroke significa Cracóvia, em yiddish, e formou-se, olha por onde, no ano 1992.

Compoe-na

Tomasz Lato (contrabaixo), Tomasz Kukurba (viola) e Jerzy Bawoł (acordeao), velhos amigos e graduados na Académia de Música de Cracóvia.


No 2003, uniu-se à banda o percusionista Tomasz Grochot.


A sua música tem componhentes klezmer a música dos judeus askenazies de Europa Oriental, que se caracteriza por emitir soes de vozes humanas que soam como instrumentos-no primeiro tema ,se escuitades atentamente, decatarés-vos- assim como sefardís. Também influenças de jazz e música clásica.


A sua discografia:


Trío - Klezmer Acoustic Music (RIENCD04) (Oriente 1996)
Eden (Oriente 1997)
Live at the Pit (Oriente 1998)
Sounds of the Vanishing World (RIENCD24) (Oriente 1999)
Ten Pieces to Save the World (Oriente 2003)
East Meets East (EMI 2003)
Quartet - Live At Home (RIENCD48) (Oriente 2004)





4 comentários:

Jorge P. Guedes disse...

Peço muita desculpa, mas hoje é só mesmo para deixar um abraço.

SAÚDE!

rifenha disse...

Pois muito obrigada.
Saúde e sorte para você.

Jorge P. Guedes disse...

Excepcional trabalho de grandes músicos.
Se, no 1º tema, os unstrumentos se confundem com sons humanos, no 2º, o virtuososmo do intérprete traz-nos claramente à memória a doce alegria da música de raíz de uma Polónia sofrida mas optimista, de uma Cracóvia onde pelas ruas se ouvem violinos chorando e rindo a cada passo, em cada esquina...

Um belo presente musical.
Obrigado.

Um abraço e muita saúde!

rifenha disse...

Pois obrigada também a você. Aleda-me que goste da música e de Cracóvia.
Duas cousas em comum.
Aperta.