sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Samir El Quichiri


Samir El Quichiri era um moço de Oujda, -Alguém sabe onde queda Oujda?- De seguro que a maioria de espanhois, não tem nem ideia, quando Oujda fica mais perto de Almeria que A Corunha. Mas assim é a informação que temos do mundo , centralista e única.
Oujda é a última cidade de Marrocos, na fronteira com Algéria, perto de Saidia, onde Fadesa construe à beira da praia de perto de quarenta quilómetros que os dous paises compartem, com policia de fronteira incluida, no meio da praia.
Fadesa construe na parte de Marrocos. A banda de Algéria, não a conheço.
Mas conheço Oujda, umha cidade aberta, luminosa, a miudo percorrida por ventos do Sara, que trazem vagas de areia que não deixa ver. Mas também umha cidade preciosa, de corte francês, polos tempos da ocupação, com grandes boulevares, amplos cafés, muitas livrarias, por ser o centro universitário de boa parte dos estudantes do norte de Marrocos, umha medina pequena e tranquila, e umha gente muito amável e respetosa.

Pois ao que iamos. No 1992, o ano das olimpiadas e do começo da transformação urbana da cidade, Samir, um moço de Oujda de vintetrês anos, vem a Barcelona para ver as olimpiadas. Ele
é já um grande músico. Tem mais de trinta cassettes gravadas em seu pais, que se vendem muito bem.

Em Barcelona conhece a umha noia de Sant Boi, namora-se e estabelece-se em Cornellà, onde empeça a se mover para atuar no teatro, no cinema, e na música.

Assim xurde o primeiro grupo de Raí de todo o estado espanhol: Chab Samir.

E muitos diredes: E que vem sendo Raí?
Outra vez a informação embiculada-de embigo. Desculpas polo palàvro que acabo de inventar-

Pois Raí é umha música nada em Algéria, arredor do 1900, arredor da cidade portuária de Oran. Suas origens vem das antigas tradições religiossas muçulmanas e a música folclórica bereber.
A palàvra Ra'yy significa ponto de vista, opinião, conselho. As opiniões dadas na forma de canções.
A música Raí logo se populariçou, por ser um estilo de música muito bom para dançar, suas letras singelas mas muito próprias.

Até o 1985 as transmissões radiofónicas de música Raí ficavam proibidas em Algéria mas, mália os intentos de dous governos por o apagar, hoje fica estendido por todo o mundo.
Seus representantes mais conhecidos são Cheb Mami, Cheb Khaled, Faudel...
Eles foram o ponto de referéncia do moço Samir El Quichiri quando empeçou em Barcelona. Cantava versões das suas canções, mesturando-lhe temas da música popular marroquina, e assim ia actuando polas festas organizadas polas ONG's,para públicos básicamente inmigrantes.
Pouco a pouco vai encetando a criação dumha banda e de temas próprios que falam da realidade de outros ravaleiros, os inmigrantes marroquinos.
"Qué dificil ser
un marroquí en España..."
Também faz aparições em filmes, e colabora em projectos de outros músicos .
Com sua banda :Pep Mendoza :guitarras, Sergio Ramos: bateria, J.Francesc Romero: saxos e teclados, Javier Mendez: baixo, Mohamed Souleimane: violín e Martí Perramón: derboukka, e percusões, publica seu disco: Chab Samir.

A música é, segundo opinião da prensa:"un rai urbano, con influencias de flamenco, jazz, rock y hiphop y textos tanto de Samir como de poetas Marroquíes, contando la dura realidad de la vida de los inmigrantes magrebíes en Europa."
Ou:“... la música de Samir es una madura fusión de rai con flamenco, jazz, rock y hiphop..... si Samir viviera en París, todo el mundo habría oído hablar de él.... "

Raí de Cheb Khaled:

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Raí de Cheb Mami:

4 comentários:

Arale Norimaki disse...

Grazas pola explicación das orixes do Rai, pensei que era un xénero moito máis novo.
É ben certa a reflexión de "se Samir estivera en París...", o Rai aquí non ten nin de lonxe o éxito que ten en Francia. Foi nas aulas de francés onde escoitei por primeira vez unha canción de Faudel e logo xa descubrín outros como Cheb Khaled e Rachid Taha (é Rai o que fai el?), mais non sabía da existencia de Samir.
O teu post lembroume a un amigo de Barcelona, Morad, cuxo soño é que a súa banda de Rai sexa escoitada en todo o país... A ver se é certo e nos deixan de tanta radiofórmula...

PD: Agora non esquecerei o de "Ma da ray'yuki?", mira que non daba aprendido a verba... :D

rifenha disse...

Rachid Taha actuou com Khaled e Faudel num concer e logo disco que se chamou "Le trois soleils", me parece.
Ele é de origem algeriano, mas fui embora a Paris com dez anos.
Sua música tem influencias de raí, mas também de techno, rock , punk...
Também de músicos do Egipto que já são lendas no mundo da música para os muçulmanos; Oum Khaltoum, Farid El Atrache, música chaâbi, outro estilo muito popular em Algéria que tem raices na música arabe-andalusi e bereber...
Para falar mais polo miudo, teria que abrir um blogue novo de histórias de música muçulmana, outro mais de músicas do Barbés, um bairro de París de onde xurdem grupos e músicos de origem parisino-magrebís, como Rachid Taha, ou os mais novos "Orchestre National du Barbés" que eu vi em Compostela há uns dez anos, na Quintana, um ano que houve uns concertos de entrada livre preciosos de músicos de todo o mundo.
É umha mágoa que a política informativa espanhola, em geral, seja tão fechada a tudo o que não é seu próprio embigo.
Tanto nas notícias dos meios de comunicação, que únicamente falam de outros paises para contar desgraças e crimes, ou nas músicas...
Por exemplo, não se divulga música em francês, nem em italiano, nem o que se ta a cozer em Barcelona, ou em outras cidades do estado ou outros paises...
Sempre é o mesmo:
Madonna, quatro grupos anglosajões, Alejandro Sanz, os da OT,e para de contar.
Umha mágoa.
Vazio mental para o que não seja a mesma parvoice de sempre.
Não sei se obedece a umha política premeditada ou à incultura.
Ainda que quando eu era umha rapariga, as cousas erão diferentes.
Escuitavamos muita música francesa e italiana.
Agora, nada.
Desculpas por me estender tanto.
Saudações e obrigada por compartires comigo teu interese.

Arale Norimaki disse...

Un pracer lerte e aprender dunha entendida :D

rifenha disse...

Não, não. Entendida não. Só gosto de manter os olhos abertos, porque quero conhecer, e também de contar histórias.
Quando vim a Marrocos por primeira vez, nem ideia tinha do que era nada da cultura muçulmana, em geral, mas depois de seis anos, mau será que não soubesse nada.
Aperta.