segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Salvador







O facto de residir fóra, ainda que umha ande pola rede e demais, faz que, às vezes, não se ande muito bem informada.
Onte, vendo na tve inetrnacional a entrega dos prémios Goya, soubem que se estreou no ano passado um filme que conta a vida de Salvador Puig Antich, com música de LLuis LLach.
LLuís LLach não tem nada de ravaleiro, ele é do Ampurdán e a sua música é dum estilo diferente, mas, o facto de saber da existéncia do filme, trouxo-me à memória muitas cousas.
Entre elas, umha das canções mais fermosas que tenho escuitado na minha vida.
Fui quando chegamos a Barcelona. Andava-mos a explorar aquel mundo enorme e, ao mesmo tempo, tão familiar, e um sábado, deixamo-nos cair polos Encantes. Viviamos justo enfrente, al carrèr Alaba, esquina com a Praça de les Glóries , fronte à boca do metro. Agora tudo aquelo ta desfeito, e, a carom, érgue-se o edifício que tudos, em Barcelona, chamam "El Pollón".
Bem, pois aquele sábado, nos encantes, mercamos muitas cousas: Novelas de cow boys para o Suso, gafas de bucear para os meninhos, e música para mim.
Entre a música, havia um LP de segunda mão, que trazia canções de muitos autores, todas em catalão. Havia umha que, ao escuitar, faz-me estremecer o coração, sem saber dizer o por que. Falava dumha mulher, do seu amante, e dumha bandeira negra.
Mais tarde soubem que era umha canção de Joan Isaac, adicada a Margalida, a mulher que amava a Puich Antich, o moço anarquista com quem o franquismo se asanhou com maldade e perversidade assasina. Eu sabia algo de Puig Antich. Não passaram muitos anos da sua morte, ainda que só tinha umha referência vaga. Mas aquela canção faz-me sentir toda a tristeça, e a rabea, e removiu-me as entranhas com lembranças e sentimentos que, ainda que, longe no espaço e no tempo, posso imaginar iguais.
Porque a repressão, a crueldade e o abuso do poder, são sempre os mesmos.
Velaí a letra da cantiga:

Cancionero de Joan Isaac]

(Dedicada a Margalida, amant eterna d'en Salvador Puig Antich, es trobi on es trobi)


Vas marxar no sé on.
Ni els cims ni les aus
no et saben les passes.
Vas volar sens dir res
deixant-nos només
el cant del teu riure.

No sé on ets, Margalida,
però el cant, si t'arriba,
pren-lo com un bes.
Crida el nom
del teu amant,
bandera negra al cor.


I potser no sabràs
que el seu cos sovint
ens creix a les venes
en llegir el seu gest
escrit per parets
que ploren la història.

I que amb aquesta cançó
reneixi el seu crit
per camps, mars i boscos,
i que sigui el seu nom
com l'ombra fidel
que és nostra tothora.

No sé on ets, Margalida,
però el cant, si t'arriba,
pren-lo com un bes.
Crida el nom
del teu amant,
bandera negra al cor.

O enderço do youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=Ptp0atzzn84&eurl=






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2 comentários:

TXARI disse...

escuitei aínda fai nada de puig antic, a cançom é preciosa...a vedade é que nom me estranha que coisa así saíse dels encants, é um mundo a parte onde o luxo consiste en deijarse levar polo ambiente, vivo preto dalí e procuro ir merque ou nom merque nada...discos así só se vem en lugares coma ise...

rifenha disse...

Certo.
Ainda o tenho guardado na casa de minha mãe. Quando vaia para quedar, a ver se ponho a andar o toca-discos e ainda se escuita.
Com tantas mudanças, às vezes, as cousas botam-se a perder.