quinta-feira, 17 de maio de 2007

Amazigh


Amazigh é o nome que a étnia bereber do Norte de África se dao a si mesmos. A étnia primitiva anterior às invasoes muçulmanas procedentes da península arábiga, a mesma dos habitantes aborigens das Ilhas Canárias antes da invasao espanhola caminho da grande invasao americana.


Amazigh, amais do nome da étnia, é umha lingua, um alfabeto próprio, umha cultura e, por suposto, umha música.

Muitos amazighs hà polo Raval, e assim me consta após dos seis anos vividos no centro amazigh do norte de Marrocos, o Rif Oriental. Os rifenhos da zona de Alhucemas e Nador, pertenceriam à póla Tarifit, no Meio Atlas vivem os Amazigh e no valo do rio Souss e arredores-Agadir- os Tassoussit, a terceira póla amazigh.

Cada umha destas regioes tem diferentes dialectos da mesma lingua, que, entre eles e a nível coloquial, chamam Shelgha.


Mas também hà amazighgs na Khabília algeriana, e nos outros paises do norte de África.

Precisamente, dum músico khabilenho, quero-vos falar hoje.

Chama-se Hamid Cheriet, ainda que, no mundo da música, o seu nome é IDIR, que na lingua da Khabília, significa: Vivirá e adoita dar-se-lhe a umha criança que nasce com dificuldades e sobrevive mália tudo.

Idir ia para geólogo da companhia algeriana de petróleos , mas o açar faz que um dia, cante num programa de rádio substituindo ao cantante e, desde esa, jà nao deixou de cantar.

Esto passou no 1973 e ele era o filho dum pegureiro que estudava graças a os esforços do pai com suas ovelhas.

Mais tarde vai a París, como tantos músicos da Kabília, e alí grava seu primeiro trabalho: "A vava Inouva", música khabilenha em lingua amazigh.

Mais tarde, viriam:

Ay Arrac Nagh (1979)
Le Petit village
Les Chasseurs de lumière (1993)

E, no 1999, grava o albume "Identités", donde colaboran


Karen Matheson,Manu Chao, Geoffrey Oryema Brahim Izri, Thierry Titi Robin L'Orchestre National du Barbès , Dan Ar Braz, Maxime Le Forestier, Zebda e Gnawa Diffusion, entre outros.


Mais tarde, "Deux rives un rêve" ( que inclue umha versao em lingua amazigh da cançao de Georges Brassens "Les trompettes de la renommée" (2002)
Entre Scène et Terre (CD+DVD) .
Os seus instrumentos, amais da guitarra, sao a flauta dos pegureiros, que tocava de pequeno e os derboukas, a percusao amazigh por excelência.
Um video do seu primeiro trabalho. Os amazigh sao os grandes artesaos que ainda quedam perto de nós



Este, desde Alhoceima, minha última casa.



Meninhos que me trazem lembranças



Um dueto com Khalida Messaoudi:
Denia
http://www.goear.com/listen.php?v=e95f9a8
Ao fundo, escuitam-se os aturuxos das mulheres bereberes, típicos das festas.

3 comentários:

Jorge P. Guedes disse...

Outras culturas, outras músicas... esta 1ª é mesmo muito bela!

um abraço e saúde.

Arale Norimaki disse...

A música e cultura amazigh é un mundo totalmente novo pra min. Só lembro o que nos contaba nas aulas o meu primeiro profesor de árabe (que paradóxicamente era bereber) sobre a escritura diferente (e ben fermosa!) e os postres típicos que lle enviaba súa nai, que tamén eran distintos do baklawa e toda a repostería árabe q se vía por barcelona.
É un pracer aprender coas súas historias, e realmente dan ganas de ir até aló. Apertas, rifenha!

rifenha disse...

Obrigada, linda. Claro que val a pena ir ao Rif.
E ao resto das terras amazighs.
Umha cultura que tem muitas cousas em comum com a cultura galega, ainda que possa parecer estanho.