Um dia, um moço de vinte anos chamado Wagner, e alcumado Pá, por si mesmo, em honor ao deus da flauta, chega a Barcelona para viver com a sua mãe, que trabalha no consulado do Brasil. Quando chega, toca com varios grupos, após trabalha de mete-discos e organiza conertos. Aginha chega a trabalhar em Jamboree, o bar/discoteca mais concorrido da Plaça Real. Alí toma contato com o alquimista maior da música ravaleira: Manu Chao, que sempre que pode, pula polos grupos e polos músicos que começam.
Um dia, ele decide subir também ao cenário e reune aos amigos para ofrecer um macro-concerto na sala Cibeles, no bairro de Gràcia, que junto com El Raval, é o berce de tanta música. Com ele atuam Amparanoia, Dusminguet,Color Humano, Macaco, Manu Chao. A partir de ai, reune um grupo de músicos e fundam Brazuca Matraca. Seu primeiro trabalho, sai no ano 2000. O grupo, amais de Wagner Pá, fica formado por:
- Fede : cantante, guitarrista. Argentino. - Cesc : guitarrista. - Mr Pluma : batería. Argentino nado en Uruguai, - Norberto : baixo. Ex baixo e guitarrista de Freegueto, este brasileiro é o toque poético e bossanova dos Brazucas. - Ze Luis : percusão. De Sao Paulo, tocava con Wagner há mais dumha década numha banda rock chamada "Dedo de Dios". - Toti : samplers, teclados.
Também passaron por lá el Muñeco, Miguelito, Laieta, Beto Bedoya... Após publicar Brazuca Matraca, publicam dous discos mais: Discografía:
Sua música é sensual. Mas cumhas pingas de tristeça e de poesia,ao meu ver. Percebo melancolia em sua música. Não sei bem por que, faz-me lembrar aquela fermosa cançao: "Tristeça não tem fim..." Mas de seguro são cousas minhas. Ou que a bossanova é assim. Um algo alegre mas um algo melancólica. Por esso é tão fermosa... Elas mesturam reggae, ska, bossanova, rap... Seus concertos são muito participativos e sua música soa assim:
08001 é o primeiro distrito postal de Barcelona, o centro, o coração da cidade. Como não...El Raval. Com esse nome, xurde um projecto no ano 2002: "Raval ta Joie". O nome resume à perfeição o espíritu do projecto, e mesmo de toda a filosofia ravaleira, que define a vida cultural livre e mestiça de Barcelona. O impulsor do projecto, fui Julián Urigoitia e em ele participam até 23 artistas!!!
Por exemplo: Adlen (a descoberta dum talento excepcional), Lyricson (Bidji – ex Radio Bemba e Assassin), Max (Ojos de Brujo), Abdelaziz (Nass Marrakech) José, Christian e Pascal (os três formaban parte do grupo Color Humano), Chab Samir,… Alquímia com metais, terras e elementos dispares e multi-colores, unidos polo 08001, a clave segreda. O trabalho realizado e a força do resultado final, supõem, para muitos, o melhor disco do ano 2003 , deste colectivo que mestura reggae, dub, raï, flamenco e electrónica con doses de trip hop. Mais o caminho fui muito longo e trabalhoso, como quase todas as cousas colectivas. Tudo começa no início do 2002 , no estudo de gravação de Julián Urigoitia, DJ e produtor de diversos projectos musicais da ecena barcelonesa. Julián instala o estudo num antigo armazém familiar da rua Sant Gil, en pleno coração de El Raval . Com o mesmo número que da nome ao primeiro distrito da cidade faz realidade o que até então só era um sonho para ele- El Raval é o território dos sonhos-: Encetar um projecto de estudo de grabação aberto ao bairro e especialmente aos seus músicos.
A partir deste momento, o velho armazem familiar torna no estudo 08001, um centro de peregrinagem polo que, durante dez meses vão passar mais de vinte músicos que de forma espontánea e desinteressada vão construindo día a día o que primeiro fui umha maqueta e mais tarde se publica baixo o nome Raval ta Joie.
A apresentação do disco, também tem algo de sonho, ja que se apresenta sobre as terraças de La Pedrera, a casa desenhada por Gaudí, o sonhador por exceléncia de Barcelona, o día 8 de agosto de 2003. Os que tem presencia no trabalho
Julián Urigoitia Beltrán Productor - Nado em Barcelona no 975.
Christian Raymond Callens Baixo e arranjos, nado em Buenos Aires em 1970
Gastón Federico Salazar Sixto Violonchelo y arranjos, nado em Buenos Aires em 1979
Pascal Leblond Baterista. Nado em La Rochelle em 1964.
Fernando Moresi Violino, nado em Buenos Aires em 1978
Vicente Martinez Guitarra Flamenca, nado em Barcelona em 1972
Nacho Torres Guitarra Eléctrica, nado em Santa Fe em 1975
Max Wright Caixão Flamenco,Tablah, nado em París em 1978.
Abdelaziz Arradi Vocalista, nado em Marrakech no 1970
Maria Pinto Vocalista, nada em França em 1965
Lyricson (Bidji) Vocalista, nado em Guiné em 1979.
Adlen Kloufi Vocalista, nado em Constantina em 1978
Oli Silva Vocalista, nado em Bolama (Guiné-Bissau) em 1973
Jean Joseph Capel Vocalista, nado em Sète (França) em 1966.
Chab Samir Vocalista, nado em Oujda (Marrocos) em 1972
Nikol Ann Kollars Vocalista, nada em San Diego (Califórnia) em 1973.
Velaí a mestura de paises, colores, linguas, culturas, idades do caldo alquímico de cozer a pedra filosofal detas canções.
Raval Ta Joie.
Raval Tua Alegria.
Para o próximo Avril, tem pensado apresentar seu segundo trabalho: "Vorágine"
Esta vez a música ravaleira, vem da mão duns raparigos do bairro de Sants, onde ensaiam cada nuite num soto pequeno e húmido. Eles são: Meri : Voz. Isaac : Voz, flauta traveseira, caixom e coros Pau : Saxo tenor, saxo alto, speacker e coros. Pablo : Trompeta e coros. Guillem : Batería. Uri : percusões e coros. Joan : Guitarra española e coros . Jonan : Guitarra eléctrica e coros. Juan Pablo : Baixo e coros. No ano 1999 começam sua andaina, mas, até o 2001, nõ gravam seu primeiro trabalho: Fui um EP de quatro canções que vos deixarei, em maquetas, ao fim deste post. Depois de passeiar seu directo polo circuito "ravaleiro" de Barcelona, passam a Espanha e Latinoamérica, até que no ano 2004, tira seu primeiro disco "ElPatio",sempre em palàvras dos entendidos, "disco en el que la fusión de estilos como la rumba, el reggae y el ska, adquiere una nueva dimensión, más fresca e innovadora, sin complejos ni vicios. " Também:"disco de Costo Rico las potentes percusiones, guitarras frenéticas, la festiva sección de vientos, la combinación de dos voces principales, una femenina y otra masculina, además de los imprescindibles batería y bajo, se mezclan en un sonido que nos arrastra hasta una inminente fiesta e imparable diversión."
Concordo totalmente, neste caso, com as opiniões dos especialistas. A mim, a música destes raparigos tão novinhos, da-me gana de dançar e também me põe alegre , algo não muito doado de conseguir hoje em dia. Ao tempo que me faz sentir a vida e as histórias de pessoas que vivem e existem ao nosso redor, ainda que não reparemos sempre em elas.
Participam no projecto "La Colifata", do que já falamos, plataforma de lançamento da meirande parte dos grupos mestiços de Barcelona. A partir de aí, percorrerom meia Europa e até Panamá, participando em festivais e giras próprias. O último disco que sacarom, "Cosas Ricas", tem um nome que, por si mesmo, resulta apetecível. Como hoje fico algo cansa, deixo-vos jà com Costo Rico. As maquetas frescas do seu primeiro EP e um video que tem muito de circo e farándula, para sonhar... http://www.musicasdelcaribe.com/videos/costoricovideo1.wmv
Essa é a tradução de Cheb Balowsky, o grupo que vos vou apresentar hoje, e que vi só umha vez na Foliada de Lalim, coma a outros grupos ravaleiros. Mas escuito sua música a cotio, porque me abre umha porta à festa em meu coração nómada. Cheb é umha palavra árabe que significa moço, jove, e alude ao seu cantante,Yaciine Belahcene, um algeriano que levava 19 anos em El Raval. Balowsky, é um adjectivo derivado do verbo polonés "Balovac", que significa : divertir-se dançando.
O grupo de onze, empezam sua andaina como tal, no ano 2000, encarnando a mais pura esséncia ravaleira: Mestura de músicas, de linguas, culturas...Com tudo esso vão fazendo sua música.
Cantam em: " Argelino, catalán, castellano, francés, y a veces en euskera, en rumano... hacemos investigación en la lingüística para intentar mandar un mensaje un poco internacionalista. Nuestra música es una herramienta para romper fronteras; nosotros lo tenemos muy claro, no estamos de acuerdo con las fronteras porque crean ignorancia y miedos." Pois assim é El Raval. Talmente.
Como trabalham? Pois que sejam eles mesmos quem falem:
"Cada uno tiene su visión de la música y creo que esa es la magia de Cheb Balowsky, que cada uno interpreta la música de una manera distinta y es la mezcla que hay lo que hace que suene. Nadie manda, uno trae un tema y luego hay un trabajo colectivo".
Ou:" Yacine, el "cheb" cantante llegó desde su Argelia natal para echar raíces en Cataluña, donde formó esta gran orquesta mediterránea en la que están presentes el Raí, el reggae, ragga, el funk, aires italianos y del este europeo, el rock... una amalgama de estilos que se vuelven uno solo de la mano de CHEB BALOWSKY. "
"Esta banda arraigada en Barcelona ha sabido mezclar en su taboulé particular un crisol de ritmos que suben del África Negra y del Magreb al Maresme como una caravana festiva y multicolor. Vientos y tambores, instrumentos tradicionales y una producción rockera, convierten a Potiner, su último álbum, en el penúltimo manifiesto de un contagioso mestizaje musical que reivindica el papel de Barcelona como capital de la fusión."
"Cheb Balowsky presentará su segundo disco, Putiner, un álbum producido por Stéphane Carteaux, técnico habitual de directo de la banda y antiguo bajista de Color Humano: Este nuevo trabajo representa un avance en el desarrollo artístico del grupo que se caracteriza por el groove de los temas y su densidad rítmica, cruzando continuamente melodías que giran entre lo flamenco, lo balcánico, lo árabe y lo Mediterráneo, la encrucijada de la banda. Entre las colaboraciones artísticas, cabe destacar las de Kultur Shock, Radio Bemba, Iñigo Muguruza o La Carrau. "
Todas estas opiniões dos entendidos, daram-vos umha ideia do que é a música do Cheb Balowski e sua filosofia. Até onde eu sei, após o ano 2000, que se jumtam para fazer música, editam tres trabalhos: O primeiro, no 2001,Bartzeloona. Em ele juntam violino, saxo, trompeta, piano, bateria e todo tipo de percusões. Um disco com composições incriveis, porque são coma umha viagem pola variedade e a beleça do mundo a travês da música mágica e livre que fazem estes onze magos:
"Yacine BELAHCENE BENET : voces, karkabús y bendir Dani CLAVERA FONTQUERNI : batería Santi EIZAGUIRRE ANGLADA : guitarra y coros Jordi FERRER SAVALL "TITO" : trompeta y coros Jordi MARFA VIVES "MARFI" : violín, voces y coros Marc LLOBERA ESCORCA : Bajo Arnau OLIVERES KÜNZI : Pilas, campanas, guache y la "flaga" Daniel PITARCH FERNANDEZ : piano y teclados Marcel PIE BARBA : saxo alto, voz y coros Xabi REQUEJO COLOMER "REKE" : Guitarra Isa VINARDELL FLECK : baile, voz y coros ."
No 2003, editam um novo trabalho "Potiner"-Potiner é o nome em francês para um artesão do barro, um oleiro. Polas beiras das estradas marroquinas frequentadas polos turistas, sempre há postos que oferecem as multicolores peças destes artesãos. As "poterie", onde podes mercar pratos para pendurar da parede ou para comer o cûs-cûs, com dessenhos imaginativos, tradizionais, e preciosos. Também testos para as plantas, cinseiros...São um espectáculo de colorido.
E, por último, no 2005, o último, "Plou Plom". "Chove Chumbo"-
E digo o último, porque eles também se separam, coma já fixeram DUSMINGUET. Ademais dos discos, participam em muitos encontros de músicos, festivais, concertos, no movemento Luchaamada, como já vimos em Golem System, na Foliada de Lalim, e em muitos mais por toda Europa. Agora, o seu cantante, leva o seu caminho por separado numha nova formaçao, "Nour" que significa luz, em árabe, onde também se integrarom outros dous músicos da cena barcelonina. Mas a mim tanto me tem . Seguirei a disfrutar da sua música alquímica, mesturada, mestiça, multilingue, multicultural, mágica,RAVALEIRA por excelência. EEEEEEIWA!!!!! É o berro de guerra dos magrebis quando tão de festa. Pois esso. EEEEEEEEEEIIIIWA!!!!!.
"Ojos de Brujo" é mais um grupo de música formado en Barcelona, en 1996. Tem como selo perssoal a fusão de estilos, buscando os pontos de encontro entre o flamenco e outros estilos musicais como reggae, hip hop, rock e diferentes estilos de música electrónica. Por suposto, sempre presente a rumba
O Projecto de Ojos de Brujo nasce em Barcelona, no 1996, com o galho do encontro, en diferentes jam sessions, de distintos músicos da cena barcelonesa do momento. Destes encontros surgiram as canções que conformarán seu primeiro disco, Vengue, que ve a luz no 1999. Edita-se, amais de em Espanha, noutros paises como Bélgica, Holanda, França, Itália e Alemanha, promocionando-se em festivais de toda Europa. O boca a boca, jogou um papel vital na difusão do disco, chegando a vender quarenta mil cópias, vinte mil en oito meses. A composição do grupo estabiliça-se con Ramón Giménez, Juanlu, Marina "la canillas", Xavi Turull, Panko, Sergio Ramos e Maxwell Wright, mas sempre contando con colaborações de tudo tipo. En 2001 rompen contrato com sua discográfica, Edel, optan por la autogestão e começam a gira "Abriendo puertas" por toda Espanha. En 2002 chega Barí, saido da "La Fábrica de Colores", un selo discográfico que criam y autogestionam para a producção e edição de seus próprios trabalhos. Este disco supõe seu definitivo despegue a nível internacional e sua gira promocional leva-os por festivaiss de EEUU, México, Canadá, Japão, Colómbia, Marrocos, Cuba, México, Hungria, França, Alemanha, Holanda e Itália, entre otros paises. Techarí é seu último projecto discográfico, lançado o 20 de fevereiro de 2006. Sua produção seria: Tres discos: Vengue (1999) Barí (2002) Techarí (2006) E um video: Girando Barí (2005)
Quando escuito a "Ojos de Brujo", que , por certo, também saiam no video de Peret e amigos, sinto por dentro algo especial. È gana de dançar, mas também é algo muito profundo. Rebeldia, sentimentos de impoténcia fronte ao mundo do dinheiro que nos abafa, exotismo de cultura cigana, de precariedade e alegria. Mas é coma se for umha alegria profundamente triste. Ou umha tristeça profundamente alegre. Não sei explicar muito bem. Mesmo quando miro seus videos, sinto algo que me chama, que esperta dentro de mim. Algo que tem a ver com a mágia, com o nomadismo, com a liverdade e suas luitas, com a tristeça alegre ou a alegria triste dos alquimistas que percebem este mundo desde seu centro, desde a alma profunda dumha parte da humanidade que tem a ver com essas cousas comuns à raça humana, que ficam durmidas hà tempo para nós, os europeios bem-pensantes, mas que coexistem e vivem nas nossas cidades, nas nossas ruas, nos nossos bairros. Que habitualmente não reparamos em eles, mas que durmem também no faiado da nossa alma. Porque tudos somos tudos. E tudos temos algo de tudo. Vem-me a memória a famosa frase de Paul Élouard: "Há outros mundos. Mas ficam neste." Ficam aquí, fóra, ao nosso redor, mas também dentro, aguardando sair para cantar e dançar arredor do lume da tribo, seja qual seja a nossa melodia.
No video da homenagem a Peret do ano 2000, viamos a vários grupos de gente nova participando com o velho??? rumbeiro. Entre eles, o grupo do que vos vou falar hoje. Eles chamam-se Dusminguet, e são, ante tudo, animadores de festas e contadores de histórias. Quando escuitas sua música, o primeiro que sentes, é umha alegria coma a da nuite da verbena do Carme de Camarinhas, -ponho por casso, mas é extrapolável- e, inmediatamente após, um formiguim nos pés para dançar. Dusminguet é um desses grupos de músicos totalmente livres, que fazem o que lhe acai e do que mais gostam, sem reparar em etiquetas, classificações ou farrapos de gaita dos entendidos. Essa liverdade e essa alegria transmitem-se em sua música, que faz dançar e aledar o coração ao mais sombrio. Em seu trabalho, mesturam tudo o que a gente precisa para se animar e dançãr, e bebem de muitas fontes das músicas populares de todo o mundo. Publicarom três trabalhos. O primeiro, "Vafalungo", no 1998. " un combo de la Europa del Sur, del Este y del Oeste, de la Europa Magrebí y sobre todo de la Mediterránea, donde la comunicación es una fiesta, donde la lengua no es un osbtáculo, donde los paises ni se olvidan ni se marginan simplemente se confunden y autoalimentan. Son un agradable recorrido sin prisas por los lugares más insólitos y cálidos del Mundo". Este disco fui gravado em México e dou a volta ao mundo: " recorrió casi todos los rincones, fiestas, plazas de pueblo, centros sociales, ateneos culturales, discotecas, clubs... de nuestro pais durante dos años. Reventó los principales festivales nacionales como: U ZONA REGGAE, ESPÁRRAGO ROCK, FIESTA DE LA DIVERSITAT-SOS RACISME, FESTIVAL DE ARBUCIES, LA MAR DE MUSICAS, OI!AGAROCK, MERCAT DE MUSICA DE VIC, SENGLAR ROCK, .....etc, etc. DUSMINGUET cautivaron al mercado francés, italiano y mexicano, donde está editado "VAFALUNGO". Su "VerbenaStyle" la gozaron en el MIDEM EUROPEO, LES TRANSMUSICALES, LES MÉDITERRANÉENNES DE CERET, el BATOFAR, el CANAL DU MIDI , FESTIVAL DE RADIOS EUROPEAS ALTERNATIVAS DE GRONINGEN, el FESTIVAL BAMBOO......." O segundo trabalho, "Postrof", vem grava-lo aquí, ao Rif, concretamente a Chaouen, entre artesãos do tear, tendeiros bereberes, velhinhos fumadores de kiffi e turistas. " "POSTROF" ha abrazado a músicos de casi todas las latitudes, desde Marruecos hasta Colombia, Brasil, Argentina, Santo Domingo y Macedonia. La presencia del trompetista NEAT VELIOV de la KOCANI ORKESTAR, Reyes de la Fanfarria Gitana, no es casual." Pois esso, que também integram e tem um lugar relevante na sua música as fanfárrias de ciganos da Europa do Leste: rumanos, macedónios, sérvios, e demais, das que , pessoalmente, gosto tanto. Se me ponho a escuitar a música de Dusminguet, amais de me sentir transportada à verbena do verão, em Vimianço, há um sentimento e umha lembrança muito mais mágica e profunda: Os grupos de artistas ambulantes que passavam polas nossas vilas umha vez no ano, e actuavam ao ar livre, de nuite, rodeados de todo o povo. Aqueles que traziam umha cabra que subia e baixava por umha escada, ou umha rapacinha que se contorcia para asombro do público, ou aquele ventriloquo que manejava seu boneco e fazia rir com suas graças a tudos os que não tinhamos nada para rachar a monotonia cotiã, apenas umha rádio e a visita anual dos titiriteiros. Essas nuites eram mágicas. Toda a parróquia se reunia na praça, arredor, e no centro, aquele mundo mãgico que ia saindo de cada atuação. Por esso gosto tanto da música de Dusminguet. Porque me faz sonhar... Porque me conta histórias... Histórias do paraiso perdido da minha infáncia. No 2003, sai seu último trabalho "Go". "Acordeón, guitarra, bajo, djembe, batería, cajón..., todas las tonalidades de ese arco iris de world pagès music que ha iluminado la eclosión de Pomada, La Carrau, Aquitatxmé o Mesclat, nuevos aires para una escena catalana que admira su talante políglota –textos en catalán, castellano, inglés, francés, portugués, árabe- y, por supuesto, su natural universalidad." Segundo opinião de Sisa, Dusminguet são a Orquestra Plateria do Século XXI. Não sei se é certo ou não. Não sou entendida em música. O que sim posso dizer é que a sua música faz-me sonhar.
E umha história dum solteirom suposso que da Garriga, o povo dos fundadores de Dusminguet. Aía vai "La rumba del solterón"
Rumbeta bona
El viatge
Dusminguet desapareceu como grupo. Agora continua como Troba-Kung Fu. A sua música é a mesma de sempre, com a mesma alegria e a mesma mágia. Já falamos de que a alquímia da criação colectiva é muito dura. E também os moços novos precisam experimentar e procurar novos caminhos.
Velaí umha mostra do seu novo trabalho:
Na minha opinião, a música de Dusminguet tinha mais vida. Mas é apenas umha opinião .
No ano 2000, varios grupos de Barcelona, gravam um disco de homenagem a Peret. "El rey de la rumba"
Participam grupos como Ojos de Brujo, Macaco, Amparanoia, Fermin Muguruza, Sargent Garcia, Dusminguet,Estopa ou Jarabe de Palo. Em ele reinterpretam-se temas do repertório de sempre:
1. El lunar de María 2. Borriquito 3. Lo mato 4. Saboreando 5. Una lágrima 6. Es preferible 7. Que suerte 8. Yo soy la rumba 9. El muerto vivo 10. Si fulano 11. Amor a todo gas 12. Voy, voy 13. El gitano Antón 14. Mo se pué aguantar 15. El Mig Amic
Da gravação tendes umha mostra neste video cheio de ritmos, sões e alegria.
Há poucos dias, vem de sair à rua o último trabalho deste rei cigano de 82 anos, que se conserva e melhora com o tempo, como um Sean Connery rumbeiro.
O trabalho chama-se "Que levante el dedo" e em ele abordam-se temas da actualidade, como o das prostitutas, entre as que ele se criou, nos tempos de infáncia em Mallorca. Fala também das pessoas com problemas de obesidade, numha divertida canção "Jalamandrú", recupera a canção Xaví e o trabalho é, ao meu ver, o melhor dos que publicou.
Umha sorte poder seguir fazendo música aos oitenta e dous anos, sem perder o trem da vida e damúsica que se move ao seu redor.
Assim vemos que, em aquele 1977 , um jove músico argentino de nome Javier Patrico Perez acudia ao Café Petxina, lugar habitual de reunião e festa, desejosso de parolar com tudo o que se prestasse e muito receptivo a todas as influências que pudesse recolher. Erão tempos de Vazquez Montalbán, seu grande amigo, da Nova Cançó Catalana, da Sala Zeleste, de começos da "Transición"...
Ao descobrer a rumba, sentiu que dera cum filão auténtico de folclore popular e urbano barcelonês, com sonoridades que podían infundir umha vida e umha calidez muito especial à experimentação jazz e progressiva que estava de moda entre seus colegas da cidade.
Javier Patricio, Gato Pérez, aplicou-se em restaurar e dignificar a maltratada rumba. Dispuso, para o labor, dum pouco corrente talento poético e da colaboração dos ciganos de la Plaça del Raspall.
El Gato acentuou em suas rumbas o sesgo salseiro e mestiço do género e, com alguns dos seus melhores discos, a principio dos oitenta, volviu a exigir a atenção para aquela música que, con grande intuição, ele perceviu como umha das mais genuinas que tivesse dado Barcelona.
Sem ir mais longe, muitas das suas letras son umha intuiçaõ fixe acerca da natureça, história e potências da rumba e a fusão.
A rumba tinha sabor, mas o mundo da música, dos concertos e do espectáculo, fazia forçar a máquina do seu irregular coração.
Como despedida deste grande artista que fui Gato Pérez, deixo-vos duas canções:
"Se fuerza la máquina"e "Tiene sabor".
Amais dum video adicado a ele e à sua obra.
Muito perto de La Plaça del Raspall, no bairro de Gràcia, na Plaça del Poble Romaní, hoje hà umha pequena pracinha e um pequeno monumento à sua memória.
Proximamente veremos sua influença e seu recordo em muitos artistas que agora agromam por Barcelona.
No 1966 chega a Barcelona um raparigo portenho de quinze anos, chamado Javier Patrico Pérez. Seu pai estabelecera-se em Barcelona um ano antes, e Javier Patricio mais sua mãe vem para se reunir com ele, a bordo dum daqueles transatlánticos que faziam a travessia a través do oceano. Quando conhece a cidade, sente-se atraido polas suas ruas, desde a Rambla até o Tibidabo, por onde rua a miudo, mas não consegue se adaptar ao colégio "Padre Mañanet" nem fazer amizades alí. Mas, quando se muda a um licéu público, o Menendez y Pelayo, na opção de ciéncias, começa para ele umha nova vida. Alí faz novos amigos com inquedanças musicais.
A cidade, por esses dias, ferve de atividade, as ruas de Gràcia são como Carnaby Street em Londres, sitios cheios de hippies que se reunem em locais que logo hão ser fechados por escandalossos,mas, no entanto, picam os singles e os LPs que os clientes trazem.
Quando remata o bacharel, translada-se a Londres, com a ideia de entrar a trabalhar nalgumha discográfica importante, mas remata de mordomo de Sir John Law, um parlamentar inglês. Javier Patricio tinha recibido em BB.AA.umha formação impressionante en todos os ámbitos: matemáticas, ciências, linguas e humanidades. E, quando, um ano depois, volve a Barcelona, aponta-se na faculdade de Física. Queria fazer estudos de aerodinámica e mecánica, porque umha das sua paixões eram os automóveis. Mesmo chegaria a correr em rallies.
Realmente, ele tinha interesse por tudo e gostava aprender e falar de quaisquer cousa.
Assim forma parte de vários grupos muicais: Sloblo, segundo suas palávras:«fue una banda de country-rock muy peculiar».
Mais tarde Gato e Secta Sónica. Com este último grava dous discos:Fred Pedralbes e Astroferia.
Mas Javier Patrício não dava encontrado a fórmula musical acaida:«no queríamos hacer cançó, por supuesto, ni queríamos abdicar del rock, pero tampoco caer de narices en la mera copia de grupos angloparlantes".
«quería... contar en tres minutos las cosas que me sucedían y veía a mi alrededor, pero no daba con la fórmula. Tenía muy claro, eso sí, que lo de cantar en inglés era una majadería y que no tenía ningún sentido contar historias de surfers».
No ano1977 asiste às festas de Gràcia, onde tocam na rua os ciganos do bairro. Aí conhece a rumba, namora-se a primeira vista, e faz-a sua, jà para sempre.
Aí nace Gato Pérez, o revivificador da rumba catalana, para a que comporia letras incriveis. Sua actividade, desenvolve-se arredor da sala Zeleste, da que jà falamos aquí, e da gente e dos grupos que por alí circulam.
Mas chega um momento em que se aparta de Zeleste e trabalha com sua guitarra em suas rumbas, participando em bolos com outras bandas, até que Belter lhe oferece gravar seu trabalho e nasce seu primer disco de rumba em solitário:
Carabruta, que significa cara suja. Saiu no 1978.
A partir de aí, Javier Patricio passaria a ser Gato Pérez para sempre.
Quando escuita o disco rematado, fica convencido de que não val nada, e fica entristecido sem sair da casa duas semanas. Umha nuite sai, e quando volve à casa, borracho, é confundido pola policia e levado à cadeia por atracador.
Todos los gatos son pardos, do seu próximo disco, Romescu, fala desse episódio.
Romescu tem um grande sucesso e a discográfica EMI ficha a Gato por cinco anos.
Despois viria Atalaya, até que no 1981, Gato Pérez sofre um infarto. Aí descobrem umha malformação congénita do coração que o aparta do alcool e assim sai Prohibido matar a los gatos, o primeiro disco xurdido «bajo los efectos del agua mineral sin gas»
Amanhã remataremos esta história do gato portenho que chegou num barco e fez da rumba sua expressão.
Agora deixo-vos umhas rumbas de Gato Pérez, para saborear.
A entrada da rumba catalana no flamenco , é da mão dum personagem de Utrera, chamado Bambino. A sua maneira de interpretar é única, e interpretava canções a ritmo de rumba, acompanhado por um grupo de artistas de primeira magnitude: Paco Cepero, Paco de Antequera, Juan Maya 'Marote', Habichuela, Paco del Gastor, Manolo Domínguez 'El Rubio' u um adolescente Paco de Lucía.
Suas canções tem um toque de desgarro, amores impossiveis e histórias de dramas.
Mais adiante, Camarón de La Isla, daria-lhe um lugar à rumba com a famosa "volando voy".
E mesmo Paco de Lucia, tocaria rumba quando já era um mestre consagrado."Entre dos aguas".
Assim a rumba entra no flamenco pola porta grande, a do sur, para seguir sua própria evoluçao festeira e despreocupada no seu berce, Barcelona.
Pedro Pubill Calaf, conhecido por Peret, nace em 1935 em Mataró.
Seu pai era vendedor ambulante de tecidos e ele acompanhava-o por toda Catalunya e Balears. Mesmo chegarom a ir a Argentina.
Com tanta viagem, o meninho não tinha temo de ir à escola, e seica aprendiu a ler de jeito auto-didata, observando os cartazes publicitários-para algo tinham que valer os cartazes-.
Peret comezou nos anos sesenta tocando em "tablaos" de Madrí e ele fui quem sacou a rumba que ficava agachada outravolta no bairro de Gràcia ao mundo com suas criações cheias de sabor, sões abigarrados e empréstimos de todas as músicas do Caribe. Ademais, Peret aplicava-se com o ventilador, dava-lhe a volta à guitarra trescentos sessenta graus, contorcia a cintura coma Elvis e trinha as traças dum James Brown romaní.
Seus vinilos para Discophon venderam-se nos primeiros sessenta e, no ronsel do seu sucesso, xurdiu toda umha geração de artistas que a mais de conhecimento, tinham ofício, porque se tinham batido en innumeraveis entoldados e rambóias de subúrbio. El Noi, Moncho, El Gitano Portugués, Teresiya.
Mas essa liverdade de estilos que faz popular a rumba de Peret, também é o germolo da sua decadéncia.
Pouco a pouco fui dando tudo por bom, submetendo-se aos mais bizarros arranjos comerciais, sem seguir as pautas do flamenco, onde as innovações sempre tem o contrapesso dumha tradição vigiante e estrita. Assim a rumba mutou e medrou sem se parar em considerações e rematou numha anedota cansina , queimada e desnaturaliçada.
Mas essa não fui a morte da rumba, nem muito menos. Nem tampouco de Peret.
Amanhã, seguiremos rumbeando.
Deixo-vos aquí duas rumbas de Peret, umha en catalã que conta a história do seu pai, preciosa, ao meu ver, e outra em espanhol, que também é preciosa, para mim, e fala dum cigano chamado Antón. Também um video de Peret rumbeando na Alemanha, num ato contra o racismo:
No século XVII; chegam a Barcelona um grupo de ciganos levantinos . Instalam-se em El Barri del Portal e nos arredores de la Plaça del Raspall, de Gracia. Este grupo fui medrando e prosperando com a compra-venda de cousas antigas e o mercadeio dos tecidos e forom-se afirmando em seu novo território. Nos começos do século XX, a comunidade era jà catalano-falante em sua totalidade. Mas seguiram mantendo, como signo de identidade, a sua propria música. E nunca melhor dito: Sua própria música porque, a talhora, ainda não se põem de acordo os especialistas, sobre as origens da rumba catalana. Segundo cita da revista Flamenco Wordl:
"Algunos hablan de rumba andaluza, que sería a su vez una transposición directa de la guaracha cubana. Otros indican que el linaje de la rumba andaluza se remonta al tango flamenco, que a su vez copia los patrones del tango afrocubano. Algunos estudiosos aportan constancia de la posible influencia del garrotín, un cante propio de los gitanos de Lérida. Y aun hay quienes complican el asunto asegurando que el ritmo que marcaban los gitanos catalanes no fue derivado de esa rumba andaluza o de otras fórmulas de cante liviano, sino tomado de las orquestas cubanas, los Lecuona Cuban Boys y compañía, que durante la primera mitad de siglo XX recalaron en Barcelona y de los marineros caribeños que hacían escala en "La Platxeta" de su puerto."
Pois eu, que não sou especialista em música, só conto histórias, vou seguir com a história de hoje. Nos anos quarenta, havia um grupo de ciganos de Barcelona que tocavam rumba acompanhados de bongos e güiros nos seus saraos particulares e nas verbenas do bairro. Mas...quedava por descubrir o último refinamento que faz da rumba catalana algo genuino e diferente: "El Ventilador" Em que consiste "El Ventilador"? Citando outra vez "Flamenco world":
Ese "truco tan ingenioso y de fácil ejecución, consiste en darle a la guitarra combinando ritmo, melodía y percusión: rasguear el instrumento a la vez que se tabalea la caja con la mano."
O mérito do invento, pertence a um cigano que tocava em vodas e baptiços, conhescido como "El Toqui", ainda que as suas aportaçoes e a sua difussão, é obra dumha família de vendedores de peixe, apodados "Pescadillas".
O primeiro Pescadilla, Antonio González, tambén por mal nome "El Legañas" e os seus filhos, Manuel, Baldomero Onclo Mero, Joan Onclo Polla e Antonio, o que mais fortemente ficou ligado ao alcume familiar, alargavam as veladas en "El Charco de la Pava" da rua Escudellers e deixavam-se arrebatar já sem miramentos, polo "tumbao" cubano que, no fim dessa década, rondava por aqueles ambientes.
Desde aquel momento fundacional, a familia González descuidou seus negócios e empezou a dedicar todos seus esforços à música. Os dous Antonios não aguardarom nada para presentarse en Madrí com seu novo estilo e os outros irmãos acabaron por ir também. Os cinquenta foram sua década : derom concertos, fundarom grupos, gravaron discos para Belter e Antonio el Pescadilla acabou diante do altar en 1957 com Lola Flores.
Manhã seguiremos passeiando pola rumba catalana, ou barcelonina.
Samir El Quichiri era um moço de Oujda, -Alguém sabe onde queda Oujda?- De seguro que a maioria de espanhois, não tem nem ideia, quando Oujda fica mais perto de Almeria que A Corunha. Mas assim é a informação que temos do mundo , centralista e única. Oujda é a última cidade de Marrocos, na fronteira com Algéria, perto de Saidia, onde Fadesa construe à beira da praia de perto de quarenta quilómetros que os dous paises compartem, com policia de fronteira incluida, no meio da praia. Fadesa construe na parte de Marrocos. A banda de Algéria, não a conheço. Mas conheço Oujda, umha cidade aberta, luminosa, a miudo percorrida por ventos do Sara, que trazem vagas de areia que não deixa ver. Mas também umha cidade preciosa, de corte francês, polos tempos da ocupação, com grandes boulevares, amplos cafés, muitas livrarias, por ser o centro universitário de boa parte dos estudantes do norte de Marrocos, umha medina pequena e tranquila, e umha gente muito amável e respetosa.
Pois ao que iamos. No 1992, o ano das olimpiadas e do começo da transformação urbana da cidade, Samir, um moço de Oujda de vintetrês anos, vem a Barcelona para ver as olimpiadas. Ele é já um grande músico. Tem mais de trinta cassettes gravadas em seu pais, que se vendem muito bem.
Em Barcelona conhece a umha noia de Sant Boi, namora-se e estabelece-se em Cornellà, onde empeça a se mover para atuar no teatro, no cinema, e na música.
Assim xurde o primeiro grupo de Raí de todo o estado espanhol: Chab Samir.
E muitos diredes: E que vem sendo Raí? Outra vez a informação embiculada-de embigo. Desculpas polo palàvro que acabo de inventar-
Pois Raí é umha música nada em Algéria, arredor do 1900, arredor da cidade portuária de Oran. Suas origens vem das antigas tradições religiossas muçulmanas e a música folclórica bereber. A palàvra Ra'yy significa ponto de vista, opinião, conselho. As opiniões dadas na forma de canções. A música Raí logo se populariçou, por ser um estilo de música muito bom para dançar, suas letras singelas mas muito próprias.
Até o 1985 as transmissões radiofónicas de música Raí ficavam proibidas em Algéria mas, mália os intentos de dous governos por o apagar, hoje fica estendido por todo o mundo. Seus representantes mais conhecidos são Cheb Mami, Cheb Khaled, Faudel... Eles foram o ponto de referéncia do moço Samir El Quichiri quando empeçou em Barcelona. Cantava versões das suas canções, mesturando-lhe temas da música popular marroquina, e assim ia actuando polas festas organizadas polas ONG's,para públicos básicamente inmigrantes. Pouco a pouco vai encetando a criação dumha banda e de temas próprios que falam da realidade de outros ravaleiros, os inmigrantes marroquinos. "Qué dificil ser un marroquí en España..." Também faz aparições em filmes, e colabora em projectos de outros músicos . Com sua banda :Pep Mendoza :guitarras, Sergio Ramos: bateria, J.Francesc Romero: saxos e teclados, Javier Mendez: baixo, Mohamed Souleimane: violín e Martí Perramón: derboukka, e percusões, publica seu disco: Chab Samir.
A música é, segundo opinião da prensa:"un rai urbano, con influencias de flamenco, jazz, rock y hiphop y textos tanto de Samir como de poetas Marroquíes, contando la dura realidad de la vida de los inmigrantes magrebíes en Europa." Ou:“... la música de Samir es una madura fusión de rai con flamenco, jazz, rock y hiphop..... si Samir viviera en París, todo el mundo habría oído hablar de él.... "
Al-khimia, é umha palàvra árabe que vem a significar a busca , a procura, o estudo da química de Allah. Sendo Allah não um deus pessoal ou um ser com entidade, mas a totalidade de tudo quanto existe: O bom e o mau, o branco e o negro, o frio e o quente, o claro e o escuro, o material e o espiritual, o real e o imaginário, o grande e o pequeno, o vazio e a plenitude.
Os antigos alquimistas, eram pessoas que, para a sua comunidade, resultavam muito raras e especiais: Todo o dia olhando umha planta, ou fechados no seu laboratório mesturando elementos no seu atanor para conseguir a pedra que torne os metais grises e sem brilho, em ouro relocinte.
E pensaredes vós: E que tem a ver a alquímia com estas leas dos ravaleiros?
Em realidade, a alquímia tem a ver com tudo: Alquímia é a existéncia de cada dia, tentando mesturar as vivèncias para chegar mais perto da felicidade que, no fundo, vem sendo a proximidade com nosso centro, nossa alma, essa luz que ilumina nosso peito quando somos felices. A bihotza, que temos que ter sempre alerta.
Pois vem esto da química, porque estes rapazes que deixam seus paisses, suas famílias e até seus amores. Qué fermosa canção de Ché Sudaka:
Mirando el mundo al revés:
"Donde estarás ahora, mi bichito de luz. durmiendo en la noche bajo la Cruz del Sur"
Pois estes rapazes, digo, vem de seus paises cum sonho de músicas. Passam os dias e parte das nuites encerrados no seu local de ensaio, mesturando sonidos, palàvras, ritmos, acordes... Como verdadeiros alquimistas do século XXI. E tudo, para nos entregar sua pedra filosofal, em forma de música, e, com ela, podamos abrir as portas do nosso bihotza,da nossa estrela de lume tatuada no peito, e convertir em ouro de ritmo, dança, alegria ou emoção o chumbo gris do aborrecemento de cada día, ou o xofre dos nossos enfados e a nossa ira.
"En las canciones de Golem System cohabitan sentimientos, ideas, preguntas, deseos, imágenes, poder, pasión, curiosidad, existencialismo, surrealismo, simbología,anarquía, contradicciones, miedo, dualidad,relatividad, recuerdos y premoniciones del Pequeño Gran Viaje. La soledad gobernando las grandes ciudades. La fe en el amor. La necesidad real de dinero.Las falsas necesidades de la sociedad de consumo. Los medios de comunicación. El miedo a la comunicación. La Naturaleza. La locura. El alma. El universo. El tiempo..."
Velaí os materiais : Chumbo, ferro, xofre, mercúrio, cobre... com os que trabalham no seu laboratorio de L'Hospitalet. Cada dia colher o metro, juntar-se e por-se de acordo para elaborar a sua pedra filossofal. E, aseguro-vos, por experiéncia, que os criadores não se põem de acordo facilmente. A Alquimia , se é colectiva é muito mais difícil. Mas, o resultado, sempre paga a pena.
Haberá algo mais lindo que abrir as portas do coração cumha canção, quando um vem canso dum dia de chumbo pessado e gris...
Bihotza, em esukara, significa coração. Alerta coração é o segundo trabalho de Ché Sudaka em Barcelona. A minha canção preferida diz:
QUE DIFICIL SER BOLIVIANO EN BUENOS AIRES QUE DIFICIL SER MEXICANO EN U.S.A. QUE DIFICIL SER UN MARROQUI EN ESPAÑA QUE DIFICIL SER MUSICO ARRIBA DEL TREN SOMOS MAS LOS QUE QUEREMOS LA PAZ!!!! QUE DIFICIL SER UN VASCO EN MADRID QUE DIFICIL NO CREERSE LA MENTIRA QUE DIFICIL ES NO COMPRAR LA NOVEDAD QUE DIFÍCIL ES NO PERDER LA CONFIANZA SOMOS MAS LOS QUE QUEREMOS LA PAZ!!!!
Como vedes, as letras falam de cousas do coração neste mundo nosso tão descoraçoado e tão descoraçoador.
Também falam da gente argentina que saiu às ruas com potas para rebelar-se contra o enésimo "corralito" ladrão de esforços e de sonhos.
Fala das pessoas e das culturas que vam conhecendo no caminho dos seus cento oitenta concertos vividos quando o publicam.
Fala de que a guerra é por dentro de cada um, no seu proprio coração, onde se decide se seguir a pauta do que nos dim ou a do nosso instinto.
Fala do Cosmopolitan Time de Barcelona, umha nova Babilonia de gente de todo o mundo com seus sões, suas linguas, suas culturas diferentes, suas músicas...
Fala dos cães da rua...
Em total, sou dezasete canções cheias de vida, de ritmo e de energia para levantar a um morto:
1- Alerta Bihotza 02- Bam*Bam 03- Sólo uno mismo 04- La Cacerola 05- Bihotza 06- Salta Galera 07- La Guerra 08- Somos más -qué difícil- 09- A decir 10- Too Much 11- Grito paz 12- Amores - Trenecillo 13- Cosmopolitan 14- Sin Papeles 15- Taliban 16- No te voy a Adorar 17- Per la Strada
"Es un disco de espíritu multicultural con canciones cantadas en ESPAÑOL, INGLÉS, PORTUGUÉS, FRANCÉS, ITALIANO y EUSKARA. La música apunta a la energía REGGAE-PUNKY que la banda desarrolla en su directo".
A esso chamo-lhe eu nacionalismo. O de todas as nações. Eis uns nacionalistas como tem de ser.
Seguramente atopedes muita informaçã de Che Sudaka pola rede -aproveito para fazer pátria e recomendar, para os musicófilos Sonotone, a revista musical online galega, que vem de encetar sua andadura e é muito boa.
Mas eu, aquí, não quero fazer informação musical, para o que não tenho conhecemento nem vontade. Só contar histórias de gente, de cidades, de músicas, que, por umha cousa ou por outra, cheguei a conhecer em maior ou menor medida. Para rematar, umha cita da sua página de Radiochango, de quando eram novos ainda neste lado do mar:
"Uno de los mejores recuerdos de escena de la banda es la Foliada 2002 en Galicia."
Fui por essas datas que eu conheci da existència de Ché Sudaka a aos amigos de Golem System. Umha tarde, na Pedra da Barca, frente a o océano que nos une e nos separa, escuitamos a Koke de Mugia tocar a gaita com a meninha de Rosa acompanhando o acordeão, nas escaleiras de pedra... Alí estava Chimba, que daquela tocava com Che Sudaka, Alekinho, Serge, Nico... Umha ponte entre as duas beiras do oceano, tantas vezes traspassada para acó e para aló.
Trippitown é o primeiro disco de Ché Sudaka, em Barcelona. O nome do primeiro lugar de encontro . Todo o disco tem essa presência multiforme e multicolor da praça. Também seu próprio nome, Che Sudaka, vem, em palàvras de Leo de duas palávras com muito significado:
" Che es un dicho argentino para ponerte las pilas. Viene del idioma Maputxe y significaba "amigo" para los indios que poblaban Argentina y Chile".
"Allá (en Argentina) teníamos orgullo de ser argentinos pero cuando lleguemos aquí, nos hemos sentido ante todo Sudakas ; argentinos, chilenos, ecuatorianos, peruanos,… nos sentimos del mismo mundo". Em todos sos seus trabalhos fica presente a reivindicação. De facto, no primeiro concerto no que participam en Barcelona, tem um motivo social tão pressente hoje em dia na Barcelona "de diseño" que pretendem construir para "guiris" com dinheiro. "Salvem al carrer Carabassa", um concerto para impedir que umha velha rua do bairro for devorada polos especuladores. A mesma linha seguem todos seus trabalhos. "La banda, desde los inicios, se nutre de un espíritu reivindicativo que apunta hacia la causa social, reflejada en sus letras. Temas como la inmigración, desigualdades sociales o las guerras de intereses que desprecian el peso de la humanidad, se pueden encontrar en cualquiera de los temas de CHE SUDAKA." Sempre citando suas proprias palàvras. E velaí que a vida segue pola cidade, tocando em bares musicais, estações de metro e de trem, na rua... Até que, como para Golem System, chegou o mago Manu Chao , o ravaleiro solidário, e pulou polo projecto "La Colifata", e aí empeça tudo... No ano 2003 sai à luz "Trippitown", com dez canções que mesturam ragga, reggae, rock, punk...Todo um universo de sons e letras que reivindicam, ao mesmo tempo que fazem mover o corpo para dançar... As mais detacadas:"Cosmopolitan Time", "La guerra es por dentro", "La Cacerola", "Bam-Bam", "Sin Papeles", "Mirando el mundo al revés" Jà disse que a minha preferida, por motivos sentimentais, é "Sin papeles", mas é também muito curiosa "La Cacerola", onde eles tratam de se unir ao seu pais que, em aqueles momentos, saia à rua com as potas para protestar polas especulações económicas que os deixavam sem aforros, sem projectos, sem sonhos...
Depois do "surrealismo mágico" dos anos setentae oitenta, do reggae "exquisito", com influências de jazz tão elegante de Golem System, Ché Sudaka marca um estilo de música diferente. Reggae-punki, com influèncias de rumba catalana.
Hoje não quero falar. Só deixar-vos este video que fala por si só.
Haverá quem, ao ver, sinta cousas diferentes.
Pessoalmente, sinto o ritmo da vida , da liverdade criativa e dos sonhos, que vibra forte na Rambla de El Raval , na presencia e na música destes rapazes De Mar del Plata que ainda tentavam se abrir caminho na rua.
Mágoa as sereas que soam ao longe...
Mas, veremos em dias sucessivos, como as sereas não sempre podem silenciar a música.